Especialistas em coaching afirmam que essas desculpas são como obstáculos para que o profissional evite sair da zona de conforto
Camila Lam, de Exame
São Paulo – Comodismo não deve fazer parte do vocabulário de quem quer crescer na carreira. “Quando um profissional se sabota, geralmente é porque não tem um plano B para evoluir profissionalmente”, afirma Mike Martins, diretor executivo da Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC).
Para João Mendes de Almeida, coach e consultor de carreira da Vicky Bloch Associados, a tendência das pessoas se acomodarem no emprego é compreensível: para evitar sair da zona de conforto elas criam obstáculos, muitas vezes mentais.
Confira abaixo, algumas frases que, segundo os especialistas sinalizam a auto sabotagem profissional.
1 Não trocarei seis por meia dúzia
Almeida afirma que o profissional que utiliza este argumento diante de uma nova oportunidade, normalmente, acredita que as empresas de sua área se parecem, quando nem sempre é verdade.
Para os especialistas, é preciso fazer uma pesquisa, conversar com profissionais de outras empresas e colocar no papel as vantagens e desvantagens de cada companhia. Às vezes, há uma oportunidade melhor, mas a iniciativa tem que partir do profissional.
2 Meu emprego é ruim, mas é melhor do que nada
“O desconhecido é difícil, mas esta frase é típica de um profissional que não faz esforço para mudar”, afirma Almeida.
De acordo com Martins, é a mesma situação de quando uma pessoa é questionada sobre como vai o emprego. “Com o clássico ‘estou levando’, é possível identificar de que algo está acontecendo”, diz. E que o profissional tem uma postura passiva diante disso.
3 Não gosto do que faço, mas ganho razoavelmente bem
Típico de quem acha que não conseguirá achar um emprego melhor e demonstra apego ao salário. “Com o tempo, aquela quantia de dinheiro não será mais suficiente e ele estará no mesmo lugar e infeliz”, explica Almeida.
4 Ficarei aqui temporariamente, daqui a dois ou três anos acontecerá alguma coisa melhor
Segundo os especialistas, o profissional que aguarda que fatores externos ajudem no plano de carreira corre o risco até de perder seu emprego. Depender de que a empresa mude ou que seu superior saia para você conquistar o cargo não é uma atitude inteligente.
5 Para mudar de emprego preciso fazer um curso de especialização, mas não tenho nem tempo e nem dinheiro
Para Almeida, neste caso o profissional devia se perguntar o que é viável de acordo com as condições dela. “O mais difícil é a pessoa identificar o que pode fazer para sair daquela situação. Há maneiras de sair do comodismo com cursos online ou bolsas de estudo”, afirma.
Martins explica que o profissional que está sempre pensando em várias hipóteses e culpa o chefe e a empresa por não ter oportunidades, tem que parar e listar quais ações são necessárias para alcançar seu objetivo.
6 Meu chefe não reconhece meus méritos
Não ser reconhecido no trabalho é um problema. Entretanto, para Martins, essa atitude passiva faz com que o profissional se acostume a culpar os outros.
A frustração, muitas vezes, impede que o profissional avance e dedique a outros projetos e se destaque, em vez de ficar reclamando.
7 Eu faço meu trabalho bem, um dia as pessoas se lembrarão de mim
Mais uma vez, de acordo com Almeida, o profissional aguarda um reconhecimento do chefe ou dos colegas de trabalho. Mas alerta: ele não conseguirá isso só esperando “É preciso fazer um marketing pessoal e fazer networking no ambiente de trabalho”, afirma.
8 Sou bom no que faço, pois atuo nessa área há muitos anos
Para os especialistas, o profissional que acredita que é bom e que está a salvo pode ser facilmente passado para trás se não “provocar” o mercado.