Efeito de enquadramento (efeito de enquadramento) é um viés cognitivo bem reconhecido e empiricamente comprovado pelos economistas comportamentais (viés cognitivo). Envolve a influência que a forma como a situação de tomada de decisão é apresentada tem nas escolhas dos decisores.
Via de regra, as pessoas tendem a evitar riscos quando um quadro positivo é apresentado (quadro positivo) (ou seja, quadro que enfatiza benefícios) e são propensos ao risco quando apresentados com um quadro negativo (ou seja, quadro que enfatiza perdas.
Em relação à decisão de se aposentar, o efeito de enquadramento pode ser definido como a influência da forma como a situação de decisão é apresentada ( escolha da idade de reforma e do montante da prestação de reforma) nas decisões relativas à idade de reforma (real ou prevista).
Suspeitando que, tal como em outras áreas de tomada de decisão, o efeito de enquadramento possa desempenhar um papel importante no domínio da reforma, A formulação do problema de decisão afeta a aposentadoria?
Efeito de enquadramento e idade planejada de aposentadoria o autor formulou o problema básico de pesquisa, que se expressa na questão: se a forma como o problema de decisão é formulado (efeito de enquadramento) influencia as decisões relativas à idade planeada de reforma? Com base na revisão da literatura e em estudos teóricos cognitivos aprofundados, foram formuladas três hipóteses de pesquisa em relação ao problema assim formulado:
1 – Enquadrar o problema de tomada de decisão relativamente à reforma afecta o prolongamento da idade planeada de reforma.
2 – O enquadramento orientado para as perdas aumenta mais a idade planeada de reforma do que o enquadramento orientado para os ganhos.
3 – Um quadro mais amplo do problema de tomada de decisão resulta num prolongamento da idade prevista de reforma.
O instrumento de pesquisa utilizado para verificar as hipóteses de pesquisa (H.1 – H.3) foi o questionário de pesquisa do autor. Este questionário não era apenas um instrumento simples para examinar as opiniões e atitudes dos entrevistados, mas também uma ferramenta extensa destinada à realização de pesquisas experimentais.
No estudo concebido, foram utilizados dois procedimentos experimentais específicos para examinar o impacto do efeito de enquadramento nas decisões relativas à idade de reforma planeada: uma descrição de um sistema de pensões hipotético e uma questão de vinheta multivariada.
A utilização de uma descrição de um sistema previdenciário hipotético no estudo teve como objetivo desviar a atenção dos entrevistados das considerações incorporadas na estrutura atual do sistema previdenciário.
Este procedimento pretendia, portanto, permitir a análise das preferências reais relativamente à idade de reforma planeada, sem potencialmente sobrecarregar as respostas com as soluções do sistema atual. É importante ressaltar que um procedimento semelhante também foi utilizado anteriormente em outros estudos sobre os determinantes comportamentais das decisões de aposentadoria.
A questão destinada a verificar o impacto do efeito de enquadramento na idade prevista de reforma assumiu a forma de uma questão de vinheta experimental (episódio). Em questões deste tipo, pede-se ao respondente que indique o que faria no lugar da pessoa apresentada numa descrição hipotética de uma situação específica.
A forma de perguntas de vinheta é conhecida e utilizada com sucesso em pesquisas sobre atitudes e comportamentos na aposentadoria. Em comparação com as perguntas diretas, a maior vantagem das perguntas de vinheta é a capacidade de controlar e manipular variáveis selecionadas, perguntando aos entrevistados diferentes versões da mesma pergunta.
A utilização de uma pergunta vinheta na investigação realizada teve como objetivo uma análise isolada do impacto das variáveis modificadas (quadros de tomada de decisão) nas preferências dos inquiridos relativamente à idade planeada de reforma.
De acordo com a ideia geral das perguntas vinheta, os entrevistados confrontados com descrições de situações de pessoas fictícias deveriam levar em consideração apenas as variáveis que foram apresentadas no conteúdo da pergunta.
No processo de tomada de decisões em nome de uma pessoa fictícia, os respondentes não devem levar em consideração outras variáveis que, na realidade, se lhes fosse feita uma pergunta semelhante de forma direta, influenciariam as suas respostas.
Como resultado da pesquisa, ficou comprovado que o efeito enquadramento realmente aumenta a idade planejada de aposentadoria. Descobriu-se que o enquadramento centrado nas perdas influencia mais as decisões dos entrevistados do que o enquadramento centrado nos lucros.
Ao mesmo tempo, não foram encontradas provas de que o enquadramento amplo tenha um impacto maior no alargamento da idade prevista de reforma do que o enquadramento restrito. Uma importante conclusão de aplicação da investigação realizada é a possibilidade de utilização intencional do efeito framing pelos decisores, de forma a estimular a extensão da actividade profissional dos idosos.