A quarta revolução industrial, caracterizada pela digitalização, inteligência artificial e realidade aumentada, e megatendências como a globalização, a urbanização, as alterações demográficas e a economia baseada no conhecimento, desencadeará uma série de profundas mudanças tecnológicas, económicas, sociais e ambientais que irão permanentemente e mudar irreversivelmente o papel do Estado na satisfação das necessidades sociais.
A Indústria 4.0 também mudará o tipo, a natureza e o âmbito dos bens públicos e a forma como são produzidos, financiados, entregues e consumidos. Este livro redefine o paradigma atual dos bens públicos.
Propõe um modelo de produção e distribuição de bens públicos que reconhece a participação de entidades dos setores público, privado e sem fins lucrativos. Os autores argumentam que essas entidades participariam da produção, financiamento, distribuição e consumo desses bens.
De um ponto de vista teórico, uma tal abordagem inclusiva que envolve a expansão da clássica dicotomia Estado-mercado com novas entidades, incluindo os próprios cidadãos, conduz a uma nova conceptualização e abordagem em relação aos bens públicos.
O modelo pressupõe responsabilidade partilhada, subsidiariedade e libertarianismo paternalista, e permite ao Estado criar novas entidades de natureza educativa ou fiscal, permanecendo ao mesmo tempo o regulador dos serviços públicos e da distribuição.
Além disso, o livro analisa as mudanças relativas à percepção dos bens públicos, na era da quarta revolução industrial, em sectores seleccionados, como os sistemas de saúde e pensões, a educação, os bens públicos locais e os serviços de utilidade pública.
O livro é dirigido principalmente a investigadores, académicos e estudantes de ciências sociais e técnicas, e será também um guia útil para órgãos da administração central e local responsáveis pelas políticas públicas.