Tente, sempre que possível, usar recursos próprios e não correr direto aos bancos
Editado por Priscila Zuini, de Exame
Como escolher o melhor financiamento para o negócio?
Respondido por Antonio Paulo Terassovich, especialista em crédito
Normalmente, as pequenas empresas procuram recursos no mercado monetário, pois não têm condições de acessar o mercado de capitais. Nesse caso, o empreendedor deve preparar seu fluxo de caixa com o objetivo de prever quando e qual o montante de recurso externo necessário. Neste tópico, a necessidade de planejamento volta a ser essencial.
Com esses dados em mãos, o empresário tem três opções. Os conhecidos 3 Fs do inglês: family, friends e funds, ou, em uma tradução livre, família, amigos e recursos de instituições financeiras.
Cada um deles tem seus pontos fortes e fracos, mas, de forma geral, recomenda-se que sejam utilizados alternadamente.
A ideia é que o empreendedor use suas economias para suprir eventual falta de caixa e da próxima vez recorra aos bancos. Dessa forma, ele demonstra às instituições que tem condições de tomar empréstimos e devolver com os juros pactuados e, por outro lado, mantém o seu lado emocional sob controle.
No caso de recorrer aos bancos, é fundamental que a investigação seja planejada, mas que obtenha um prazo adequado às suas necessidades. Em primeiro lugar, tente uma carência, isto é, um prazo onde não há necessidade de amortização (pagamento do principal) e, talvez, apenas o pagamento dos juros.
Em segundo lugar, busque prestações que não comprometam o investimento nas atividades de produção, nem no estoque. No caso de empresas com vendas sazonais (vendas com picos e vales ao longo do ano), programe os pagamentos do financiamento quando houver sobras de caixa.
Antonio Paulo Terassovich é professor da FIA e especialista em crédito.