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Consumidor diminui gasto com lazer para compensar alta da inflação

Consumidor vai diminuir gasto com lazer para compensar alta da inflação, diz pesquisa

A preocupação com a alta da inflação e o maior endividamento das famílias já começaram a mudar a rotina e os hábitos de consumo dos brasileiros. Pesquisa inédita apresentada nesta terça-feira pela Nielsen mostra que 64% das pessoas pensam em diminuir o lazer fora de casa para sobre mais dinheiro disponível e 13% já estão economizando para pagar dívidas.

“Há uma adaptação do orçamento. Para manter o acesso aos produtos que entraram nas casas de 2010 para cá, os brasileiros começam a gastar menos, por exemplo, com o lazer fora de casa” explicou Mayane Soares, analista de mercado da Nielsen.

Embora não traga projeção para o desempenho do consumo neste ano, os dados apresentados na pesquisa “Mudanças do Mercado Brasileiro” sinalizam para um recuo em 2015. O pessimismo do consumidor é bem detalhado: a inflação, por exemplo, saiu do 10º no ranking de principais preocupações do brasileiro em 2012 para 2º lugar em 2014.

Outro dado mostra queda de 4,7% no número de visitas ao ponto de venda em 2014. Embora haja aumento no tíquete médio a cada ida ao mercado (de 5,6%), Mayane justifica que essa elevação reflete “que as compras estão sendo mais planejadas”.

“Não é que as compras do mês voltaram. O consumidor vai menos vezes à loja e coloca mais itens no carrinho porque está planejando antes de sair de casa” detalhou a analista.

A pesquisa mostra ainda a desaceleração da classe C. No ano passado, as classes A e B, embora sejam 40% da força de mercado, contribuíram com 60% do crescimento do gasto. A classe C, que representa 50% do mercado, contribuiu com 33%, ao passo que as classes D e E ajudaram com 7%.

A busca por preços melhores também é um hábito crescente, de acordo com a Nielsen. Gloria Tittono, também analista de mercado da consultoria, chama atenção para o aumento da clientela nos chamados atacarejos. De acordo com os dados apresentados, foram abertas 47 novas lojas deste segmento no país ao longo do ano passado e 1,4 milhão de novos lares passaram a fazer compras nestes canais.

“Esse tipo de estabelecimento é favorecido pela vantagem financeira” resumiu Mayane.

Fonte: Jornal do Comércio

 

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