Entre os anos de 2021 e o atual, o setor de apostas e jogos online cresceu 734,6% no Brasil, conforme demonstra a análise de dados do Datahub. Somente em 2022, o setor apresentou uma alta de 203%, encerrando o ano com 79 empresas atuando no Brasil.
Tal crescimento não é à toa, já que o Brasil é o top 5 no mundo em número de jogadores de games e top 10 em receitas de jogos, segundo um levantamento da consultoria Newzoo. Para se ter uma ideia, a categoria movimentou cerca de US$ 2,7 bilhões em 2022, e a previsão é que chegue a US$ 3,5 bilhões em 2025.
A maior parte dessas receitas vem de empresas estrangeiras. Sendo que, somente nos primeiros quatro meses de 2024, foi aberto o mesmo número de empresas que em todo o ano de 2022. Tal crescimento é explicado pelo fato de que, desde 2018, as apostas e jogos online são legítimos no país, com o decreto assinado pelo então presidente Michael Temer.
A regulamentação trouxe crescimento e visibilidade para as empresas, além é claro da animação e bom recebimento por parte dos jogadores brasileiros. “A grande virada do setor vem com a regulamentação. Agora que o jogo está ‘combinado’, alinhado com o governo e leis, ele tende a dar mais segurança para as empresas e consumidores e tende naturalmente a crescer”, explica Felipe Mesquita, executivo de contas da Datahub.
Ao longo dos anos, a regulamentação do setor foi amplamente discutida no âmbito jurídica e legislativo do país, culminando, cinco anos depois, na assinatura do decreto que regulamenta o mercado das bets no Brasil. Felipe Mesquita aponta que um mercado mais maduro acaba quebrando o gelo com os desconfiados e, ao trazer segurança para os usuários, deve trazer mais empresas.
Sendo assim, aproveite a oportunidade oferecida pelas casas de apostas de 1 real e desfrute com segurança, gastando pouco. Uma vez que, com crescimento e a estruturação do mercado, o país acaba por chamar atenção lá fora. Conforme o Ministério da Fazenda, no final de 2023, 134 empresas manifestaram o interesse em trabalhar com bets no Brasil e esse número só tende a aumentar.
Um estudo aponta que, embora modesto, esse aumento é importante e indica um interesse cada vez maior pelo mercado brasileiro, incentivado pela nova legislação que pode oferecer maior previsibilidade e segurança jurídica. Tal interesse é benéfico para o Brasil, pois essas empresas são registradas na Receita Federal, o que implica no cumprimento das exigências fiscais e regulatórias do país, além de, quando regulamentadas, o pagamento de tributos ao país.
Impacto da pandemia no crescimento dos jogos online
Felipe Mesquita informou que o setor ganhou ainda mais força durante o isolamento social. O que trouxe uma maior conexão com a tecnologia e uma busca maior por distrações online. Com a pandemia, quando as pessoas pararam de interagir pessoalmente, o setor experimentou um boom gigantesco. O executivo apontou que isso fez com que o setor crescesse ainda mais.
Os jogos digitais tornaram-se uma das formas mais populares de entretenimento no Brasil. Segundo a Pesquisa Game Brasil 2024, desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers, em parceria com a Blend New Research e ESPM, 73,9% dos brasileiros têm o costume de jogar jogos eletrônicos. Comparado com a edição de 2023, isso é um crescimento de 3,8 pontos percentuais.
John Macario, analista de marketing e pesquisa da Datahub, reforçou a ideia de que a tecnologia popularizou o setor. O que antes era mais restrito às lotéricas, passou a ser acessado e utilizado pelo smartphone. As novas gerações de jogadores estão muito conectadas à tecnologia.
Ter que se dirigir a um local físico para jogar nem sequer lhes passa pela cabeça. Com isso, cada vez mais esse setor do mercado deve crescer. Segundo Mesquita, ainda há espaço para muitas novas empresas. Somado a isso, com a defesa da regulamentação por órgãos como o Ministério do Esporte, a tendência é que o setor não somente cresça, como também seja totalmente regulamentado pelas autoridades brasileiras.
O projeto de lei (PL) das apostas esportivas estabelece critérios para o licenciamento de empresas, regras de publicidade, requisitos de proteção ao consumidor e diretrizes para combate à lavagem de dinheiro.
Além disso, o Ministério da Fazenda anunciou que as empresas que desejam operar no Brasil deverão pagar uma taxa de licenciamento anual de cerca de R$ 30 milhões, um valor considerado alto, mas que visa garantir a operação de empresas financeiramente sólidas e comprometidas com o mercado.