1- Mesmo diante do atual cenário econômico nacional, algumas empresas estão investindo no Brasil. Para a Steel Warehouse Cisa, o país ainda é uma boa opção? Por quê?
Acreditamos muito no potencial econômico do Brasil, e o nosso estilo de negócio permite que atuemos em várias frentes da indústria, seja na produção de novos produtos ou na manutenção de maquinários. Além disso, a Steel Warehouse Cisa é a única empresa a oferecer essa tecnologia da linha Temper Pass Cut to Length no País. No mundo todo, existem cerca de 20 linhas semelhantes em operação e esta será a primeira a operar no Brasil, o que nos garante um retorno, mesmo que a longo prazo. Estamos no Brasil a pedido dos próprios clientes que já são atendidos pela Steel Warehouse nos Estados Unidos e no México e que queriam uma atuação direta no Brasil.
2- O centro de logística em Paulínia, interior de São Paulo, vai atender as demandas nacionais e internacionais? Quais as regiões de atuação? E por que essas regiões?
A Steel Warehouse Cisa vai atender a produção nacional e usinas estrangeiras que desejam atuar no Brasil, oferecendo produtos diferenciados. Isso, porque as chapas que chegam do exterior no tamanho padrão, para se adequarem a necessidade dos seus clientes, devem passar por este processamento e beneficiamento da bobina de aço, que a Steel Warehouse Cisa está trazendo com exclusividade para o Brasil, com a linha Temper Pass Cut to Length. Com isso, podemos atender uma demanda específica, a pedido do cliente, o que pode expandir para todo Brasil a nível nacional e internacional.
Além de atender o cliente final, também prestaremos serviços para usinas e outras empresas que precisem do corte. Entre as regiões que estão em fase de negociação destacam-se a Sul, Sudeste e Nordeste como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
3- Quais serão os produtos comercializados (que tipo de bobinas) serão processadas pela fábrica?
O centro de serviços de aços da Steel Warehouse Cisa vai trabalhar bobinas de aço carbono laminadas a quente (BQ) e/ou decapadas, de até 1 polegada, e largura até 2,5 metros para fornecer chapas cortadas à medida do cliente tanto em graus comerciais, quanto de alta resistência, garantindo mais precisão, qualidade e produtividade ao cliente.
4- Qual o diferencial da companhia diante das empresas que já atuam com importação no Brasil?
As chapas cortadas com a linha Temper Pass Cut to Length, terão as melhores tolerâncias e garantia de planicidade, deixando o aço livre de tensões residuais e totalmente plana para ser usada de acordo com a necessidade do cliente. A tecnologia trazida pela Steel Warehouse Cisa será capaz de cortar até 45 metros de chapa por minuto de bobinas de até 40 toneladas.
Hoje, o material de alta espessura oferecido pelo mercado nacional é processado em linhas convencionais que não atingem a mesma qualidade de planicidade, tolerância e acabamento superficial que a nova tecnologia Temper Pass proporciona. Para materiais de alta resistência, a única alternativa disponível atualmente é a importação, implicando em exigências mínimas de quantidade e dimensões, além de toda questão logística, exposição cambial e financeira envolvida no processo.
Com isso, teremos um maior nível de flexibilidade para cortar nos graus e dimensões especificados pelo cliente, para atender a qualquer necessidade dele, além de reduzir o retrabalho e a geração de sucata no final do processo.
Outro diferencial que a companhia aposta é entregar peças de até 18 metros de comprimento, capacidade de customização a pedido do cliente maior que a média de vendas. Mas a entrega de peças pode chegar aos 25 metros.
5- Para quais setores vocês irão fornecer os produtos? Quais os atuais clientes?
A aplicação desse aço será possível em vários setores, como agricultura, automotivo, construção, mineração, além de máquinas e equipamentos como guindastes. Também vamos prestar serviços para usinas e outras empresas que precisem do corte.
A demanda para as chapas da Steel Warehouse Cisa vem dos fabricantes de máquinas para o setor agrícola e veículos pesados em geral, conhecido como linha amarela. Inclusive, as maiores desses segmentos mostraram interesse nos produtos e até já estamos atendendo algumas delas nos Estados Unidos e no México.
6- Por que a cidade escolhida foi Paulínia?
A infraestrutura de transporte ferroviário que chega até a cidade de Paulínia foi um dos fatores que contribuiu para a decisão, pois estaremos recebendo bobinas de até 40 toneladas. Esse desafio logístico faz necessário o transporte por trem. Além disso, a cidade de Paulínia está localizada em um pólo industrial de grande expansão urbana e desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, que é a região de Campinas, que ao mesmo tempo proporciona fácil acesso para outras regiões do País.
7- O setor do aço no Brasil passa por queda nas vendas e já desativou algumas unidades de produção – um cenário bastante crítico. A empresa está preparada para os desafios? Quais são os principais desafios para o próximo ano?
É um momento de recessão. No entanto, acreditamos na retomada do setor, para atingirmos nossa meta. Além disso, podemos atuar em diversos setores, o que nos permite um melhor aproveitamento do mercado. Mas o nosso diferencial está na exclusiva linha Temper Pass, com a qual podemos oferecer produtos diferenciados de qualidade para garantir maior competitividade aos clientes, o que nos garante um retorno, mesmo que a longo prazo.
8- Quais são os maiores desafios para a indústria nacional na entrada de 2016?
Os desafios são grandes, mas acreditamos no mercado nacional e no crescimento do setor para os próximos anos. Hoje, o aço é um dos materiais mais usados, seja para manutenção ou fabricação de novo produto, e os setores de atuação do material permitem que confiemos na recuperação do mercado.
O acesso ao crédito é um dos grandes limitadores e tanto isso como a estabilidade política e confiança precisam ser restabelecidas para que os empreendedores e investidores dêem o passo para trazer novos projetos e criar novas oportunidades de crescimento.
9- Existe algum projeto de expansão para a Steel Warehouse Cisa?
Com certeza. Pretendemos ampliar a área de produção em 50%, pois ocupamos a metade da estrutura. A sede da Steel Warehouse Cisa está localizada em um terreno de 100 mil m², sendo 27 mil m² de área construída. Além disso, estamos prospectando clientes em todo Brasil.
Nosso crescimento também dependerá de outras oportunidades que iremos identificar com o desenvolvimento do nosso projeto, visando oferecer produtos e serviços diferenciados e inovadores no País, de acordo com nossa estratégia de atuação no mercado.
10- Quais são os planos da Steel Warehouse Cisa para os próximos anos (perspectivas)?
Pretendemos ampliar nossa atuação em nível nacional e internacional, oferecendo produtos de qualidade e preços competitivos.
Além disso, a capacidade de produção da linha Temper Pass é de 20 mil toneladas por mês.
11 – Mesmo com a alta do dólar, vocês consideram a parceria rentável para a empresa?
Nossos insumos, matéria prima, custos e atuação são principalmente no Brasil. Por isso, o câmbio não nos afeta tanto. Claro que para o sócio americano têm uma influência, mas com a visão de longo prazo que temos, esse fator fica menor. Fizemos um planejamento muito elaborado e mesmo não contando com o aumento da moeda, ainda podemos trabalhar com margens ajustadas ao padrão de serviço e qualidade de produtos oferecidos.
12 – Qual a perspectiva de crescimento para os próximos anos com a parceria?
Em termos de produção, o plano de negócios prevê a venda de 35 mil a 40 mil toneladas no primeiro ano de atividade, com perspectivas de ser elevada em 110 mil toneladas até 2018 e chegar as 165 mil toneladas entre 2025 e 2027. É o equivalente a 70% da capacidade total de produção.
Em termos de faturamento, o plano de negócios prevê atingir R$ 220 milhões até 2018 e nos anos seguintes, alcançar os R$ 400 milhões, sempre que a pretensão de vender 165 mil toneladas até 2027 for cumprida.
Steel Warehouse Cisa, Ltda.
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Centro Industrial de Paulínia
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