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Delphi aposta no híbrido leve de 48Volts

A Delphi aposta alto no sistema híbrido leve de 48 volts, ou mild-hybrid, como são chamados em inglês automóveis equipados com baterias de 48V e pequenos motores/geradores elétricos que ajudam o veículo a dar partida, economizando combustível dessa forma. A empresa calcula que, até 2025, cerca de 14,5 milhões de carros híbridos leves serão produzidos por ano no mundo, o que representaria mais da metade de todos os modelos híbridos vendidos globalmente. A razão para isso está na relação custo-benefício da solução: dependendo do uso, um mild-hybrid é capaz de entregar de 50% a 70% da economia de um híbrido convencional, mas custa só 30% do preço.

“Não será possível atingir as metas de emissões propostas à frente sem algum tipo de eletrificação. Todos os carros vão precisar disso e o sistema de 48 volts é uma boa solução sem aumento excessivo de custos”, explica Keith Stipp, presidente da Delphi Product and Service Solutions, que durante a Automechanika na semana passada em Frankfurt, Alemanha, apresentou um modelo Honda diesel vendido no mercado europeu equipado com o sistema híbrido leve. Os órgãos reguladores da União Europeia estipularam a partir de 2021 redução de mais de 25% nas emissões de CO2, por isso a Delphi aposta em alta demanda de sua tecnologia híbrida leve, que pode ajudar a reduzir o consumo e emissões em dois dígitos porcentuais.

Além do custo menor, Stipp destaca ainda outro benefício do mild-hybrid: segurança e facilidade de manutenção. Quando for necessário fazer algum serviço no carro, o sistema de 48V é bem menos complexo e não oferece risco ao mecânico, enquanto os híbridos convencionais utilizam alta tenção elétrica que pode matar em caso de acidente. Portanto, a formação técnica exigida para manusear um híbrido leve é bem menor, mais acessível. Por isso a Delphi apresentou o protótipo na Automechanika, feira de autopeças voltada principalmente ao aftermarket e muito visitada por reparadores profissionais. Muito em breve Stipp avalia que eles estarão mexendo em carros híbridos leves, que se as projeções estiverem certas deverão representar um de cada dez automóveis vendidos no mundo a partir de 2025.

Apesar de consumir mais do que um híbrido convencional, os benefícios ambientais dos carros com sistema de 48V também são grandes. A Delphi apresentou os principais: uma frota de 11 milhões de veículos mild-hybrids pode economizar cerca de 15 bilhões de litros de combustíveis durante toda sua vida útil, o equivalente a 82 milhões de barris de petróleo por ano, o que representa uma redução nas emissões de 35 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.

O HÍBRIDO MEIO-TERMO

O sistema híbrido leve da Delphi usa start-stop, que desliga o motor nas paradas e religa nas partidas. Outros dois componentes foram desenvolvidos em conjunto com a Magneti Marelli: a bateria de 48V Fiamm e o pequeno motor/gerador. O conceito do sistema é usar a eletrificação para ajudar na propulsão e tirar carga da bateria convencional de 12V, para dessa forma economizar combustível e reduzir emissões.

Toda vez que o motorista arrancar com o carro, um pequeno motor de partida alimentado pela bateria de 48V dá o primeiro impulso ao veículo, que também conta com um turbocompressor elétrico, que começa a funcionar antes do motor a combustão, eliminando assim o turbo lag. Quando o propulsor a gasolina ou diesel entra em operação, tem mais torque disponível oferecido pelo turbo e já saiu da inércia com o motor elétrico, com gasto reduzido de combustível.

Quando o motorista tira o pé do acelerador e pisa no freio, o motor elétrico se transforma em gerador e dessa forma recupera 85% da energia cinética da frenagem para recarregar a bateria. No híbrido leve, o sistema elétrico do carro é dividido em dois: a bateria de 48V alimenta, além do motor e turbo elétricos, o compressor do ar-condicionado, assistência de direção, ventilação de arrefecimento do motor, bombas de água e óleo, aquecimento de vidros e assentos, e a própria bateria de 12V, que fica encarregada de alimentar os sistemas eletrônicos de baixo consumo, como multimídia, gerenciamento eletrônico do motor, equipamentos de segurança ativa e de assistência ao motorista (como piloto automático, por exemplo). Essa otimização do uso de energia a bordo também contribui para a economia de combustível, pois reduz a carga do motor para alimentar todos os sistemas elétricos do veículo.

As informações são do site Automotive Business 

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