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Em guindaste operado no céu de NY, nenhum erro é permitido

 

Homens operam mais de 200 guindastes em Manhattan, mas poucos sobem tão alto quanto Tom Gordon, que trabalha no WTC

 

The New York Times

 

Para chegar ao trabalho, Tom Gordon precisa usar dois elevadores de construção, em gaiolas abertas, que o levam até o 86º andar do World Trade Center. Ainda não há paredes neste andar.

 

Uma passarela estreita se estende cerca de 30 metros da borda do edifício até a cabine do seu guindaste Favco 1500, abastecido por um motor diesel de 500 cavalos.

 

 

Duas escadas de aço o levam até a cabine, onde ele senta em uma poltrona ergonômica em um espaço do tamanho de um armário. Do para-brisa de vidro ele tem uma deslumbrante vista panorâmica de tudo o que está abaixo e acima da sua máquina. Em uma prateleira à esquerda há um par de binóculos, uma máquina de café pessoal e um livro, “O Novo Testamento e Salmos”, deixados para trás por outro operador do guindaste.

 

Gordon faz parte de uma equipe de operadores de guindaste de elite, que operam cerca de 200 guindastes em Manhattan. Mas poucos fazem seu trabalho na altura ou com o controle exigido por seu trabalho.

 

Ele não pode girar a grua em uma direção muito rapidamente, pois isso transportaria a carga em um arco muito mais amplo, que poderia ameaçar a estabilidade do guindaste. Se o vento estiver com uma velocidade superior a 50km/h, Gordon o desliga. Qualquer queda de carga poderia matar alguém na rua lá embaixo, trabalhador ou pedestre.

 

“Eu preciso sempre ter controle da carga para garantir que ela será transportafda com segurança”, disse Gordon, 45. “Nova York é um pouco diferente de qualquer outro lugar. Como você pode ver, os céus da cidade estão congestionados. Temos edifícios sendo construídos em toda parte”.

 

 

Geralmente, os operadores de guindastes trabalham no anonimato, a menos que aconteça um acidente que tire vidas ou danifique edifícios. Mas a maioria esmagadora dos acidentes envolvendo guindastes, incluindo um em Manhattan em 2008, em que sete pessoas morreram, foram causados por falha no equipamento e não erro do operador.

 

Apesar das objeções do Sindicato Internacional de Engenheiros de Operação, o governo Bloomberg adotou novas regras de licenciamento para os operadores de guindaste, exigindo certificação nacional e novos requisitos de treinamento. O sindicato insiste que a cidade deve continuar a administrar uma prova escrita e prática para a obtenção da licença sem minimizar a importância da experiência local.

 

“Não é como operar no chão, em um terreno aberto”, disse Gordon. “Os caras que operam guindastes em Nova York são os melhores do mundo”.

 

Depois de estudar comércio, em Long Island, Gordon trabalhou como mecânico de motores diesel para guindastes, tratores e catadores de cereja. Ele foi gradualmente atraído para o mundo dos operadores de guindastes e obteve sua licença cerca de 12 anos atrás.

 

Ele normalmente se levanta às 3:30 da manhã e passa uma hora no trem até anos a estação Penn Station, onde chega por volta das 5h. “Não há ninguém nas ruas”, disse ele. “É agradável e tranquilo.”

 

Gordon fala mansamente e é muito concentrado. “Você não quer que ninguém do outro lado do microfone ache que você não está no controle”, disse. “Mas você não quer ficar muito confortável. Um movimento errado e você pode ter problemas.”

 

Por Charles V. Bagli

 

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