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HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ RETOMA TRANSPORTE DE CARGAS

Após 20 meses de interrupção, a Hidrovia Tietê-Paraná voltou a operar o transporte de cargas na manhã do último domingo, na região noroeste do Estado. O primeiro comboio passou pela eclusa da Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava, em Buritama, seguindo para São Simão, em Goiás, para carregar soja destinada ao Porto de Santos. O transporte estava suspenso em razão do baixo nível do Rio Tietê, afetado pela severa estiagem de 2014 e pelo uso da água na geração de energia.

Foram prejudicadas sobretudo as cargas de longo percurso, como soja e milho embarcados em São Simão para descarga em Santos, e a celulose e madeira da região de Três Lagoas (MS).

A Tietê-Paraná é estratégica para o Porto de Santos, escoando boa parte da produção agrícola do Centro–Oeste que tem como destino os terminais do cais santista, onde será exportada.

As chuvas do fim do último ano, que se intensificaram no mês passado, recuperaram o nível do rio, que subiu cinco metros no trecho mais crítico. Barcos leves já estavam passando desde então. Com a retomada, o fluxo de embarcações na hidrovia deve se intensificar nas próximas semanas. Na segunda-feira, um comboio passou pela eclusa de Buritama em direção a Santos.

Conforme estimativa do Departamento Hidroviário (DH), da Secretaria de Logística e Transportes do Estado, neste ano, devem ser transportadas cerca de 6 milhões de toneladas pelo trecho da hidrovia, com destaque para os carregamentos de soja, celulose e insumos para adubação. Ainda segundo o DH, um comboio no rio transporta um volume de carga equivalente ao levado por 200 caminhões nas estradas brasileiras.

Saída

A hidrovia é alternativa para o transporte de cargas geradas também nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. O governo paulista fez negociações com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do Governo Federal, para que seja mantida a quota mínima nos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos, no percurso da hidrovia, para garantir a passagem de barcos de maior calado, com mais capacidade de carga.

Durante o período da estiagem, foram realizadas obras para a redução de gargalos no trecho paulista da hidrovia, como a proteção dos vãos de pontes e a construção de atracadouro de espera na eclusa de Bariri.

Este mês, deve ser publicado o edital para a ampliação do Canal de Avanhandava. Num trecho de dez quilômetros, o canal terá mais de 2,4 metros de profundidade, possibilitando a passagem de embarcações de grande calado. As obras devem ser iniciadas em maio, com previsão de conclusão em 29 meses, ao custo de R$ 287 milhões.

Fonte: Portos e Navios 

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