A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) trabalha em diversas frentes, além do câmbio, para garantir o avanço dos embarques brasileiros este ano. “Um dos trabalhos que temos é não dependermos só do dólar para exportar, estamos atacando outras frentes para avançar, como questões tributárias, trabalhistas e de outros regulamentos dentro do Ministério da Agricultura que afetam nossa indústria”, disse Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, à Agência Estado, antes do início da divulgação dos resultados da Plataforma Pecuária Sustentável do Walmart Brasil, que ocorreu na manhã desta quarta-feira no auditório da Associação Paulista de Supermercados (Apas), em São Paulo.
Sampaio afirmou que, com a mudança de governo, a Abiec realizou uma reunião com o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, para realinhar as frentes de trabalho. “Na gestão da Kátia Abreu (PMDB-TO), conseguimos eliminar muitas barreiras, mas ainda há muitas negociações para serem concluídas”. A abertura de mercado para os Estados Unidos é uma destas questões que devem ser concluídas ainda este ano. “Falta ainda uma visita do ministério aos EUA para fazer uma auditoria no sistema americano de inspeção. Depois disso é acertar certificado e o processo estará concluído”, disse Sampaio.
Apesar destas outras frentes, Sampaio ressaltou que, mesmo com o dólar na casa dos R$ 3,50, a carne brasileira ainda é competitiva no mercado internacional. “Dólar é relativo, entre 2010 e 2011 o dólar chegou a R$ 1,60, ali ficou uma situação mais complicada em que perdemos market share. Mesmo com essa oscilação que estamos tendo hoje, o Brasil continua tendo uma das matérias-primas mais competitivas do mundo”.
Sobre o tema do evento, a sustentabilidade na pecuária brasileira, Sampaio afirmou que, apesar de oficialmente todas as barreiras que existem entre países e o Brasil serem de ordem sanitária, no âmbito privado há uma preocupação cada vez maior das grandes redes de varejo multinacionais com cadeias de suprimento que estejam livres de questões como desmatamento e trabalho escravo. “Nunca esse tipo de commodity tropical teve tanta atenção do mundo como tem agora”, afirmou.
As informações são do site Globo Rural