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Indústria de São Bernardo é a 3ª maior exportadora do Estado

A indústria de São Bernardo foi a terceira maior exportadora do Estado em 2015, segundo levantamento divulgado ontem por Fiesp e Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) com base em dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Desde 2011, o município ocupava a quarta posição no ranking, composto por 39 localidades.

A subida na tabela ocorreu mesmo com queda de 6,2% no valor obtido por meio de vendas ao Exterior (de US$ 3,589 bilhões para US$ 3,367 bilhões). Isso foi possível porque a diretoria do Ciesp de Santos (que engloba outros cinco municípios da Baixada Santista), até então na terceira posição, apresentou retração ainda maior, de 25,3%. Em São Bernardo, os carros-chefes são automóveis e autopeças. Em Santos, açúcar, café, chá e sementes – muitas empresas possuem domicílio fiscal no Litoral, devido à proximidade com o Porto de Santos.

A regional de Santo André (que abrange Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) registrou redução de 12,6% nas exportações no ano passado, o que lhe derrubou da 16ª para 17ª colocação. São Caetano se manteve em 32º lugar e Diadema subiu da 36ª para a 35ª posição. As duas últimas também tiveram diminuição nos ganhos nas vendas ao Exterior.

As regionais de Santo André e São Bernardo apresentaram saldo positivo na balança comercial em 2015, de US$ 8,641 milhões e US$ 1,187 bilhão, respectivamente. Entretanto, esse resultado se deve à queda nas importações em ambas as localidades. O empresário José Rufino de Oliveira Filho, diretor do departamento de Comércio Exterior do Ciesp de São Bernardo, explica que o dólar alto, ao mesmo tempo em que aquece as exportações, prejudica as empresas que têm de comprar matéria-prima fora do País. “A solução encontrada é a troca por mercadorias nacionais”, comenta. Entre janeiro e dezembro do ano passado, a cotação da moeda norte-americana no Brasil subiu 46,5%, de R$ 2,69 para R$ 3,94.

Oliveira Filho acrescenta que a queda nas importações está atrelada à redução no nível de atividade da indústria brasileira, que, com diminuição na demanda, passa a utilizar menos insumos e equipamentos para a produção.

Outro indicador que demonstra o momento de fraqueza da economia brasileira é a corrente de comércio, que é a soma entre os valores movimentados com importações e exportações. As quatro diretorias regionais do Ciesp no Grande ABC registraram diminuição nesse volume.

Sobre a queda nas vendas ao Exterior mesmo com o câmbio favorável, o empresário Donizete Duarte da Silva, diretor titular do Ciesp Diadema, fala em obsolescência da indústria nacional e, consequentemente, do Grande ABC. “Precisamos criar maneira de simplificação tributária para que as pessoas tenham menos preocupação com o que o Estado exige inutilmente do cidadão. Isso poderia otimizar os processos e modernizar a indústria brasileira, gerando condições de fazer concorrência com o mercado externo e diminuindo a necessidade de importação”, destaca.

Silva critica ainda a falta de mão de obra qualificada dos trabalhadores do setor produtivo. “Nós insistimos em formar operários e não pensadores. Nossas empresas perdem sistematicamente a possibilidade de exportar porque o mercado internacional quer qualidade. Ninguém quer braço, o pessoal quer cabeça”, compara. O baixo nível de preparo dos funcionários da indústria, acrescenta o empresário, faz com que as companhias percam competitividade. “E para que serve uma empresa com baixo valor agregado? Para falir”, provoca. Ele cita que grandes marcas internacionais, como a Apple, surgiram de ideias que foram aperfeiçoadas pelo conhecimento tecnológico.

Fonte: Diário do Grande ABC

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