Se a economia do país fosse puxada pelas locomotivas, o ano de 2015 seria positivo. Números indicam que a produção de máquinas vai aumentar 12,5% neste ano em relação a 2014, com a fabricação de 90 unidades ante 80.
Já a produção de vagões deverá recuar de 4.703 unidades no ano passado para quatro mil em 2015, queda de 17,6%.
Há expectativa de que a produção aumente nos próximos anos com a antecipação da renovação dos contratos de concessão e modernização das frotas.
Alguns fabricantes terão um crescimento substancioso em 2015. A GE Transportation prevê encerrar o ano com aumento no volume de produção da ordem de 65% em relação a 2014. O avanço se deve, principalmente, à comercialização da Evolution ES43BBi, primeira locomotiva concebida no Brasil.
O entusiasmos, no entanto, patina nas expectativas para 2016, se o governo não colocar nos trilhos o Programa de Investimentos em Logística (PIL), o setor não terá fôlego para manter o mesmo ritmo.
“A receita do setor deverá ficar em torno de R$ 6 bilhões em 2015 em relação aos R$5,5 bilhões obtidos no ano passado, aumento de 9%. Nossa grande incerteza, no entanto, será a partir de 2016, muito embora tenha sinalizações do governo por conta do PIL”, diz Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).
A esperança é que os investimentos cresçam à medida que o governo avance nas negociações para renovar antecipadamente as concessões que vão vencer dentro de dez a 12 anos.
Outro reforço que poderá dar mais fôlego à indústria ferroviária e elevar o número de pedidos em carteira pode vir com a aprovação de um projeto, há anos demandando, que seria a renovação das frotas, ainda em discussão no âmbito do governo federal.
“O plano de renovação de frota não saiu do radar do governo. EM nossa última reunião com ministros da área, na primeira quinzena de agosto, o governo manifestou a intenção de se desfazer da frota obsoleta, mas isso requer incentivo do próprio governo”, afirma.
Fonte Revista M&T