Dúvida do internauta: Tenho 37 Anos, sou casado e tenho um filho de um ano. Meus rendimentos variam entre 3.500 reais e 5 mil reais por mês. Tenho os seguintes investimentos no Tesouro Nacional (e somente lá):
Tesouro Selic 2017 – R$ 13.000,00
Tesouro IPCA+ 2019 – R$ 39.800,00
Tesouro IPCA+ 2024 – R$ 18.000,00
Tesouro IPCA+ 2035 – R$ 13.000,00
Eu não achei nenhuma previdência privada interessante por causa do custo de administração, então, uso o Tesouro IPCA 2035 como investimento para a aposentadoria. Hoje invisto 350 reais mensais. Minha estratégia está correta?
Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:
Primeiramente, parabéns pela iniciativa de poupar recursos para sua aposentadoria e, igualmente, por pensar em acumular recursos para o seu filho.
Em nosso país, pautado pela instabilidade política e econômica, é fundamental nos prepararmos para uma aposentadoria tranquila, sem problemas com a falta de dinheiro. Para isso, devemos poupar e investir uma parcela do que ganhamos, ao longo dos anos, enquanto estamos no mercado de trabalho.
Em relação à sua estratégia de alocação, aplicar os recursos em títulos públicos, vendidos pelo Tesouro Direto, é muito interessante, uma vez que são títulos de baixo risco e que possuem uma rentabilidade bastante atraente.
No longo prazo, os títulos do Tesouro Nacional atrelados ao IPCA são efetivamente os mais recomendados, pois independentemente do cenário econômico do país, você estará relativamente protegido da inflação.
Porém, é importante pontuar que para mitigar o risco é necessário diversificar um pouco mais seus investimentos, considerando adquirir não apenas títulos públicos, mas vários tipos de ativos, como LCIs, LCAs e debêntures de grandes companhias.
Atualmente, mais de 80% dos seus investimentos estão concentrados em um único indexador (IPCA) e 100% em um único emissor (Governo Federal).
Lembre-se que diversificar indexadores e emissores funciona como uma balança. Quando um ativo não apresenta bons resultados os outros apresentam, mantendo o investimento rentável.
(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.
Fonte: Exame