Com a presença inédita na região de Sorocaba do primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, a fábrica britânica de retroescavadeiras JCB inaugurou ontem sua nova planta em Sorocaba, que terá a capacidade para a fabricação de 10 mil unidades por ano. A fábrica gera, atualmente, 250 empregos diretos e cerca de 1,5 mil indiretos, porém, com os projetos de expansão da unidade brasileira, esses números poderão dobrar nos próximos anos. Os investimentos – US$ 100 milhões – para a ampliação da nova unidade da JCB – que já funcionava na cidade desde 2001, porém estava com sua estrutura limitada, diante da demanda – foram os maiores da história da companhia, que existe há 47 anos.
As novas instalações da JCB, que possuem 33 mil metros quadrados de área construída, centralizam toda a produção de máquinas do Brasil, sendo que a ampliação foi realizada para expandir ainda mais o mercado de retroescavadeiras na América Latina. “A fábrica ainda tem muitos espaços vazios e com planos muitos claros de implantar mais três linhas de montagem”, destaca Carlos Hernández, diretor geral da JCB para a América Latina. Entre essas ampliações destacadas por Hernández estão a produção de manipuladores telescópicos, pás carregadeiras e rolos compactadores, que deverão ser realizadas já em 2013.
Com esses novos investimentos na planta sorocabana da JCB, o diretor comercial da empresa, Nei Hamilton, revela que novas contratações deverão ser feitas, com a promessa de dobrar o atual quadro de funcionários diretos, que hoje está em 250. “Em 2013 já estão garantidos altos investimentos, com a produção desses novos três produtos. Por isso, vamos precisar de profissionais qualificados para poder permitir a montagem e atender a demanda do mercado. Tem um planejamento de vagas e contratação, sendo que isso deve ocorrer a partir de novembro, para quando iniciar janeiro, já podermos começar uma produção forte”, explica, informando que os interessados podem ter mais informações por meio do site da JCB, www.jcb.com.
Algo que contribuiu bastante para essas ampliações na JCB no Brasil foi o fato de a fábrica ter vencido uma concorrência pública federal, para fornecer mil máquinas a serem utilizadas nas obras da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, conhecido como PAC2. As máquinas estão sendo utilizadas para fortalecer a agricultura familiar de cerca de mil municípios de diversos Estados brasileiros.
O diretor comercial da JCB afirma que esse contrato com o governo federal foi de “alta relevância” para a empresa, principalmente na geração de empregos. “Isso para nós foi uma oportunidade única, principalmente para a geração de empregos, pois geramos com isso cerca de 100 novos empregos. O PAC2 tem sido uma alavanca muito forte para o nosso negócio”, relata. “A venda de mil retroescavadeiras é um grande marco para a história da companhia no Brasil. Queremos cada vez mais fornecer máquinas que contribuam diretamente para o desenvolvimento econômico e social do País”, complementa o diretor da JCB para a América Latina.
Visita ilustre
O destaque da inauguração da nova sede da JCB foi para a presença do primeiro ministro britânico, David Cameron, que ficou responsável pelo descerramento da placa alusiva ao evento. Ele chegou a Sorocaba por volta das 7h, de helicóptero, e aproveitou para fazer uma visita pelas instalações da JCB. Por volta das 7h30, durante a cerimônia de abertura da empresa, Cameron falou brevemente sobre a importância da empresa britânica, que foi responsável pela produção da primeira retroescavadeira do mundo, em 1965. Ele ainda enalteceu a economia brasileira, que hoje é a 6ª maior do mundo, e envolveu os investimentos da JCB no País em seu discurso. “A JCB é um bom exemplo de como uma fábrica pode se tornar uma boa opção de crescimento para dois países (o Brasil e a Inglaterra).”
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Vitor Lippi (PSDB) não pouparam elogios à presença do primeiro ministro britânico. Alckmin aproveitou a ocasião para convidar Cameron para participar da abertura da Copa do Mundo, que ocorrerá em 2016 na cidade de São Paulo. Já Lippi disse que a visita do primeiro ministro à região de Sorocaba será algo que não deverá acontecer novamente muito cedo, “pelo menos dentro de 50 anos”. “Estamos muito felizes em termos a oportunidade de receber o primeiro ministro da Inglaterra, isso é algo inédito na história dessa região do Estado de São Paulo, e tudo leva crer que esse tem sido um local escolhido pelas indústrias, por conta da estrutura, da logística e pelos investimentos nessa região industrial”, ressalta.?