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Mercedes-Benz vê mercado de ônibus no Brasil ainda difícil


Rio de Janeiro – O ano de 2015 permanecerá difícil para o mercado de ônibus no Brasil, disse nesta terça-feira o chefe da divisão global de ônibus da Mercedes-Benz, Hartmut Shick, afirmando que a empresa deverá manter sua participação de mercado no país no próximo ano.

A previsão da Mercedes-Benz, do grupo Daimler , é que vendas do mercado de ônibus no Brasil em 2015 oscilem entre 25 e 27 mil unidades ante estimativa de 25 mil veículos para este ano, que se confirmada marcará uma queda de 24 por cento sobre 2013.

Os dados mais recentes apontam que de janeiro a outubro foram emplacados 25.537 novos ônibus no Brasil sendo que a Mercedes atingiu a marca de 12.544 unidades, o equivalente a uma participação de mercado de 49,12 por cento, segundo dados da associação de concessionários de veículos, Fenabrave.

A proposta para o ano que vem é manter esse patamar de participação. “Tudo entre 45 a 50 por cento é muito bom. Esperamos manter esse patamar em 2015”, disse o chefe mundial da divisão de ônibus da Mercedes-Benz a jornalistas.

“Aqui, no Brasil, (o ano de 2014) foi difícil. Mas, mesmo com o mercado bem difícil nós aumentamos nossa participaçao”, acrescentou.

Os dados até outubro apontam que o mercado de ônibus no Brasil tem uma queda de aproximadamente 12,5 por cento esse ano frente a igual período de 2014 e o desempenho dificilmente vai mudar no último bimestre do ano.

A Mercedes aposta nos próximos anos no incremento do mercado de BRTs nas grandes cidades do Brasil, no avanço do transporte escolar nessas localidades e o ônibus para transporte rodoviário.

“Achamos que no ano que vem o mercado vai ficar mais ou menos no mesmo nível (…) O Brasil tem muito potencial, é o terceiro maior de ônibus do mundo”, disse Shick. “O segmento urbano foi surpresa e cresceu 4,4 por cento”, acrescentou.

Enquanto isso, o segmento rodoviário, que atravessa queda neste ano, deve passar por uma renovação de 5 mil ônibus apoiada em programa do governo federal para transporte escolar, disse o diretor de vendas de ônibus e de marketing da Mercedes-Benz, Walter Barbosa.

A montadora deverá testar no ano que vem um ônibus movido a diesel e a gás natural e também comercializar modelos automatizados. A expectativa é colocar na praça de 100 a 200 veículos sem embreagem já no ano que vem.

O modelo automotizado deve custar cerca de 5 por cento mais caro que um com câmbio convencional, mas deve gerar economia de combustível.

Câmbio

Shick comentou ainda que uma valorização do dólar contra o real poderá abrir mercados para a divisão brasileira de ônibus da Mercedes-Benz.

Em princípio, a previsão de exportação de ônibus da montadora para 2015 se mantêm no patamar semelhante ao previsto para 2014, de aproximadamente 10 mil unidades.

Mas o executivo ressaltou que essas metas são revisitadas a cada três meses e que uma alta do dólar poderá impulsionar as vendas externas. “Esse ano o dólar já ajudou e no ano que vem pode continuar a ajudar”, disse o executivo.

Ele comentou que no terceiro trimestre, com o dólar mais alto, a Mercedes do Brasil já incrementou as vendas externas, mas não deu detalhes.

Como o índice de nacionalização dos ônibus produzidos pela companhia no Brasil é de 85 por cento, os custos com importação de peças são poucos afetados pela valorização da moeda norte-americana.

“Quando o dólar tem vantagem, podemos reduzir um pouco preço e aumentar volume; dá para fazer um balanço. Fizemos isso no último trimestre; calibragem de preço” disse Shick.

No terceiro trimestre, a unidade brasileira conseguiu vencer uma licitação no Egito por conta da flexibilidade permitida pela taxa de câmbio, adicionou Ricardo Silva, diretor da Mercedes-Benz para América Latina.

Entre os principais destinos dos ônibus da Mercedes-Benz no Brasil estão, Argentina, Chile, Indonésia e Peru.

Rodrigo Viga Gaier, daREUTERS

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