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O que é problema de atitude?

O que pode ser mais importante que a competência técnica no trabalho? Somos levados por muitos fatores a pensar que ser tecnicamente competente e capaz de atingir as metas é o fator mais importante para o desenvolvimento de uma carreira profissional.

E se alguém te dissesse que na verdade há algo mais importante? É algo que por si não deve ter um peso preponderante no composto competências e habilidades de um profissional. Mas quando associado com estas competências, tem um efeito multiplicador importante!

Você já sabe que é a atitude. Já se falava que “falta de competência se corrige com treinamento, mas para problemas de atitude, só a demissão resolve”! Parece radical? Concordo que sim, mas é da realidade, não da ficção, que surge uma frase assim.

Na verdade é radical de ambos lados, não acha? Porque um chefe não pode ter suficiente paciência para respirar fundo, contar até dez e começar uma conversa produtiva e educativa? Por outro lado, porque o profissional não pode ter suficiente percepção para perceber que já está além de incômodo e de inconveniente?

Normalmente é melhor o funcionário ter um bom discernimento e percepção. Pelo menos é mais seguro, certo?

Mas porque tantos profissionais cometem suicídio profissional através da atitude inapropriada? É como se ele desejasse a sua demissão da empresa para não ter que se demitir. Pois muitas vezes ele percebe a reação do seu chefe, porém não consegue controlar-se.

Cada caso tem um conjunto especifico de motivações para uma atitude negativa, mas parece-me alguns dos motivos e das situações mais frequentes são:

– Personalidade naturalmente contestadora que não consegue controlar-se e manifesta-se geralmente de forma agressiva. Pode ser uma questão de crença ou de hábito que leva o profissional a tomar sempre uma posição oposta à proposta por outras pessoas ou por pessoas específicas. Por trás de tudo, pode haver uma antipatia permanente que leva à agressividade.

– Personificação excessiva do papel paterno na relação de trabalho. Colocando-se sempre no papel de defesa da equipe. Há profissionais com características de uma liderança paternalista muito forte e leva a postura além do razoável e do racional. Pode ser perigoso na medida em que dá maior importância à sua imagem diante de seus comandados do que à sua própria segurança. No fundo pode até preferir o papel de mártir do que o papel de gestor.

– Preparação inadequada para negociações conflitivas, derivando da persuasão para ameaça ou indiferença total. A falta de ferramentas de negociação e de preparo psicológico adequado faz com que o profissional “coloque a bola debaixo do braço e vá para casa”. Desmancha prazer no campinho torna-se impopular, já na corporação as consequências de uma falta de cooperação podem ser muito mais sérias.

– Capacidade de comunicação limitada, incapaz de variar a abordagem, a linguagem e o seu tom de comunicação. Ocorre mais vezes em situações que envolvem o domínio adequado de idioma estrangeiro e aspectos culturais. Os orientais são muitas vezes demasiadamente sérios e incapazes de utilizar o humor como elemento de comunicação.

– Incapacidade de compreender situações frustrantes e de buscar soluções racionais. A frustração de uma situação negativa ou incômoda pode criar um impacto muito forte e faz com que o profissional direcione todo seu raciocínio na busca de uma “revanche”, deslocando o seu foco completamente do objetivo do trabalho.

– Existência de conflito ou falta de empatia por conta de crenças diferentes e antagônicas. Personalidades opostas que não se combinam em muitos aspectos e vivem uma constante situação de conflito podem gerar antipatia mútua que resulta sempre em obstáculo ao trabalho.

Existem outras situações e condições que geram problemas de atitude no trabalho, mas os exemplos indicam os mecanismos que muitas vezes fogem ao controle dos profissionais.

Num estágio inicial, pode haver uma falta de percepção e a pessoa pode nem mesmo perceber o que está acontecendo.

Já quando o profissional percebe, mas mesmo assim não consegue controlar-se ou percebe, reconhece e assume que não consegue conviver e deliberadamente deixa de lado o controle é hora de pensar numa conversa franca para uma saída digna.

Vale a pena pensar um pouco se a antipatia que você sente pelo seu chefe não está afetando a sua carreira.

Escrito por: Yoshio Kawakami 

Presidente da Volvo Construction Equipment Latin America

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