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Onde investir R$ 600 mil para resgatar daqui a dois anos?


Dúvida do internauta: Penso em vender um imóvel de 600 mil reais e não comprar outro até juntar dinheiro para comprar um de 800 mil reais. Até lá, pensei em aplicar o valor da venda do imóvel atual e com os rendimentos mensais, pagar aluguel até que eu junte o dinheiro necessário para o novo imóvel. Estou fazendo a decisão certa? O prazo até conseguir o valor total do novo imóvel seria de dois anos. E qual seria o investimento menos arriscado capaz de me render ao menos 0,7% ao mês?

Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:

Na atual conjectura do mercado imobiliário, com perspectivas de estabilização ou mesmo de queda de preços dos imóveis, pode ser interessante vender o seu imóvel atual e acumular poupança, durante dois anos, para adquirir um imóvel de maior valor.

Além da expectativa de estabilização ou queda de preços dos imóveis, os aluguéis atualmente correspondem a percentuais muito baixos dos valores dos imóveis, em torno de 0,40%, nas principais capitais do país.

Para alcançar o seu objetivo em aplicações financeiras conservadoras, sugerimos, para os 600 mil reais, a seguinte alocação:

* 70%, ou seja, 420 mil reais em papéis de bancos, isentos de imposto de renda e com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de até 250 mil reais. Esses títulos são a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

É importante que você invista em duas instituições diferentes para permanecer dentro do limite de cobertura do FGC, que reembolsa o eventual prejuízo em até 250 mil reais por cada instituição que você aplicar.

As LCIs e LCAs oferecidas atualmente rendem entre 80% e 90% do CDI (taxa próxima à Selic, que baliza o rendimento de aplicações de renda fixa). Pelo patamar atual do CDI, a taxa de retorno das letras será entre 0,69% e 0,78% ao mês.

*30%, ou seja, 180 mil reais em Letras Financeiras do Tesouro, títulos do Tesouro Direto que têm rendimento atrelado à taxa Selic, juro básico da economia. Atualmente, as LFTs rendem em torno de 0,70%, líquido de imposto de renda.

Com essa alocação de recursos você obterá, atualmente, um retorno de aproximadamente 0,72% ao mês.

Embora pouco provável, lembre-se que estamos falando de expectativas e é claro que esse raciocínio perde força se os preços dos imóveis se valorizarem e/ou a taxa de juros da economia se reduzir ao longo dos próximos dois anos.

Bons investimentos!

(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.

 

Editado por Priscila Yazbek, de Exame

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