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Para Vale, China tem muito aço pela frente para consumir

A Vale SA rebateu as alegações de que o consumo de aço na China tenha atingido seu pico, dizendo que a demanda no maior usuário do mundo ainda tem espaço para crescer, uma visão que contrasta com a de um número cada vez maior de bancos internacionais.

“O pico do consumo do aço na China ainda vem pela frente, mas é claro que o crescimento será muito mais gradual”, disse Claudio Alves, diretor global de marketing e venda para ferrosos. A Vale está buscando ampliar sua participação de mercado, disse ele.

As maiores mineradoras estão tentando entender as implicações da desaceleração do crescimento na China da demanda e os preços dos metais de todos os tipos, do ferro ao cobre.

Embora a visão otimista da Vale reflita as perspectivas da Rio Tinto Group e da BHP Billiton Ltd., o Australia New Zealand Banking Group Ltd. antecipou sua estimativa de pico do aço de 2020 para 2014 e o Credit Suisse Group AG projetou que o consumo local encolherá 10 por cento por volta de 2018.

O Citigroup Inc. alertou, na terça-feira, sobre o potencial de novas quedas das commodities causadas pelo excesso de oferta e pela lentidão da economia global.

“Apesar da desaceleração da velocidade de crescimento, a China continua sendo o motor econômico do mundo”, disse Alves, em declarações por escrito enviadas à Bloomberg antes de uma conferência em Qingdao.

Mais projetos de urbanização e de infraestrutura sustentarão a demanda por minério de ferro, aço, cobre e outros metais de base, segundo Alves.

Ofertas crescentes

Os preços do minério de ferro atingiram em julho o nível mais baixo em pelo menos seis anos e as três maiores produtoras do mundo, incluindo a brasileira Vale, elevaram a oferta de baixo custo mesmo em um momento de estagnação do crescimento da demanda da China.

Nesta quarta-feira, um indicador fabril privado da China mostrou uma maior fraqueza e atingiu o nível mais baixo desde 2009. O minério com 62 por cento de conteúdo entregue a Qingdao recuou 21 por cento neste ano, para US$ 56,21 a tonelada seca, na terça-feira, segundo a Metal Bulletin Ltd.

A produção de aço bruto da China subirá para cerca de 1 bilhão de toneladas até 2030, disse o presidente da divisão de minério de ferro da Rio Tinto na Ásia, Alan Smith, na conferência, reafirmando a perspectiva da empresa.

A demanda global pelo aço, excetuando a China, subirá de 920 milhões de toneladas para cerca de 1,5 bilhão de toneladas por volta de 2030, disse Smith.

A demanda chinesa por aço se estabilizou em cerca de 800 milhões de toneladas, disse Nev Power, CEO da Fortescue Metals Group Ltd., em entrevista.

Qualquer aumento além disso provavelmente será impulsionado por um crescimento nos estímulos, na infraestrutura e no desenvolvimento imobiliário, disse ele.

A terceira maior produtora da Austrália está mantendo as remessas em 165 milhões de toneladas ao ano, reiterou Power na terça-feira.


Projeções mais baixas

O pico do consumo de aço na China ocorreu no ano passado em uma desaceleração imobiliária, disse a ANZ em uma nota na segunda-feira, reduzindo as projeções de preço do minério de ferro para o ano que vem e para 2017.

A demanda poderá encolher de 773,7 milhões de toneladas em 2013 para 695 milhões de toneladas em 2018, disse o Credit Suisse em um relatório, no mesmo dia.

“Nós estimamos um crescimento moderado, mas sustentável, da produção de aço chinesa ao longo da próxima década”, disse a BHP, em seu relatório anual, na quarta-feira, citando que o estoque de aço per capita está abaixo do nível nos países desenvolvidos.

“Em linha com nossas expectativas, a economia está crescendo mais lentamente à medida que amadurece”.

Fonte: Revista Exame

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