Ícone do site Indústria Hoje

Sólidos: Peças de seda incorporam funções pré-programadas

Uma nova categoria de sólidos, feitos de proteína da seda – produzida pelas aranhas, bicho-da-seda e algumas mariposas – permite a fabricação de peças que podem ser pré-programadas com funções biológicas, químicas ou ópticas.

Isso inclui componentes mecânicos que mudam de cor quando são submetidos a tensão, ou materiais que liberam medicamentos quando acionados por luz, apenas para citar algumas possibilidades.

Usando um método de fabricação à base de água, que se baseia na automontagem das próprias proteínas da seda, os pesquisadores da Universidade de Tufts, nos EUA, criaram materiais tridimensionais inteiramente de fibroína, a proteína que dá durabilidade à seda.

Eles então manipularam o material resultante, com a ajuda de outras substâncias solúveis em água, para criar múltiplas formas sólidas, dos mais variados tamanhos e incorporando funções pré-programadas.

Entre os protótipos de demonstração da técnica está um pino cirúrgico que muda de cor quando se aproxima de seu limite mecânico, parafusos funcionais que podem esquentar em resposta à luz infravermelha e um componente biocompatível que permite a liberação sustentada de agentes bioativos, como enzimas.

O pino e o parafuso mudam de cor – de azul para vermelho – quando a força aplicada
atinge o limite de resistência do material.

Biopolímeros

A estrutura cristalina única da seda torna-a um dos materiais mais resistentes da natureza. A fibroína, uma proteína insolúvel encontrada na seda, tem uma notável capacidade de proteger outros materiais, com a vantagem de ser totalmente biocompatível e biodegradável.

Embora sejam necessários testes adicionais para sua adoção prática, as aplicações das peças de seda podem incluir componentes mecânicos para ortopedia que podem ser incorporados com fatores de crescimento ou outros medicamentos, parafusos cirúrgicos que mudam de cor para mostrar ao cirurgião quando não é possível apertar mais, porcas e parafusos que detectam e informam as condições ambientais ao seu redor, ou utilidades domésticas que podem mudar de formato.

“A capacidade de incorporar elementos funcionais em biopolímeros, controlar sua automontagem e modificar sua forma final cria oportunidades significativas para a fabricação de materiais multifuncionais com alto desempenho,” disse o professor Fiorenzo Omenetto, cuja equipe já havia criado circuitos eletrônicos biodegradáveis, minilâmpadas implantáveis e biossensores – tudo usando seda.

As informações são do site Cimm

Sair da versão mobile