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O risco do fracasso te assusta?

Você tem medo do fracasso? Esse tema é quase um tabu, que quase nunca se discute com os colegas, com os amigos e muito menos com os chefes. Mas cá entre nós, te assusta pensar que você pode dedicar-se por anos a fio, esmerar-se em tudo que estiver ao seu alcance e não ter êxito?

Entenda por que o risco do fracasso assusta

Talvez o que mais te assuste nem mesmo seja a possibilidade do próprio fracasso, mas a possibilidade de ser visto como tal, de não atender as expectativas dos seus pais, parentes, amigos e tantos outros dentro do “timing” esperado. Afinal, tem sempre aquele cara na família, o mais jovem a alcançar algo importante, que todos tomam como o “exemplo” da família, não?

A pressão social e familiar é uma das fontes de ansiedade e insegurança para muitos jovens profissionais que querem traçar o seu próprio caminho, muitas vezes relegando a ajuda de alguém próximo ou deixando de seguir o caminho dos negócios da família.

Muitos sofrem por sentirem na pele as expectativas para que sigam os mesmos passos do pai, do tio ou de alguém próximo que personifica o sucesso. Há que se considerar que a geração anterior poderá sequer entender a sua profissão, se não for uma das tradicionais. Se o jovem vem de uma família de recursos menores, pode ser que além de maiores expectativas, exista ao mesmo tempo a completa falta de informação sobre a sua profissão.

Ao entrevistar jovens pretendentes ao emprego, somos surpreendidos pelo grau de ansiedade deles. A minha vontade é dizer-lhes: – Calma, peguem leve e divirtam-se mais. Há um momento certo para cada coisa e cada coisa requer o seu tempo para ser alcançado.

Quem não passou por alguns anos de incerteza e insegurança antes de alcançar uma posição reconhecida pela sociedade e pela família como uma pessoa de boas realizações na profissão? Nem se faz necessário recorrer aos retratos das novelas para identificar estes personagens na vida real, certo?

O fato é que muitos de nós passam por anos de incertezas e preocupações, por momentos de decisões difíceis e uma sensação de estar “patinando” na carreira. E se a causa da aflição não são aqueles que estão ao nosso redor, muitas vezes “querendo bem e fazendo mal”, somos nós mesmos a fonte da intranquilidade e da apreensão.

Percebe-se quando uma pessoa está passando por uma destas fases. Tipicamente o homem ao redor dos 40 anos, comenta que “precisa realizar-se” e “precisa garantir o seu futuro”. Creio que com alguma variação, a referência do tempo vale também para as mulheres.

Nos dias de hoje, parece que os jovens sofrem este mal muito antes desta faixa de idade. Alguns fazem supor que já nasceram com esta preocupação. Mas se você já está trabalhando, faz bem aprender a lidar com estas situações para poder investir corretamente no desenvolvimento da sua carreira.

Uma coisa importante é que a vida profissional não é uma corrida de curta distância. Está mais para uma maratona, quem sabe uma super-maratona em que só no final sabemos se fizemos bem, pois antes de mais nada, é preciso chegar. “Devagar e sempre” pode ser uma receita…

Sou de uma geração que teve que esperar muito para ter oportunidades, por causas das inúmeras crises. Quando não se pode fazer a hora, é melhor saber esperar acontecer.

As pessoas confundem também o progresso profissional com dinheiro e poder de compra. Faz bem segregar as coisas e manter o seu estilo de vida apropriado para as suas crenças. Se você transformar o dinheiro em KPI da sua vida profissional, é quase certeza que ficará frustrado. Assuma que recebemos sempre uma fração (pequena) do valor que geramos para a empresa. Então, se quiser ficar realmente rico, somente no seu próprio negócio o ganho pode representar o valor total do seu trabalho.

Ainda quando era muito jovem, por razões semelhantes, vivi um período em que me senti muito preocupado com as coisas (eram épocas de crises graves) e passei a sofrer de gastrite. Saía para o trabalho levando as famosas pastilhas para suplemento de pepsina. Percebi que algo estava muito errado e resolvi mudar de comportamento. A solução encontrada foi diminuir a ansiedade com uma postura de chamei de “indiferença relativa”. Adotei a postura de fazer o melhor possível nos fatores que estavam sob meu controle e preocupar-me menos com outras coisas. Aliás, passava minha preocupação para o meu chefe e “terceirizava” a preocupação para ele…

Você também já deve ter ouvido alguma pessoa mais velha dizendo que trocaria tudo para voltar a ter 20 anos, mantendo apenas a sua experiência de vida. E garanto que você poderá sentir-se assim no futuro. Porque voltaríamos a passar pelas mesmas coisas e sofrer de novo? Simplesmente porque sempre damos importância excessiva às coisas como um eventual fracasso. Na realidade, podemos repetir inúmeras vezes e podemos reconstruir a vida… Ninguém morre por isso!

Muitas coisas dão erradas na carreira e algumas vezes temos a sensação de fracasso, mas é assim mesmo que crescemos. Ter medo desta possibilidade é matar a possibilidade de aprender e ter sucesso. Se ansiedade pode atrapalhar, também serve para não deixar acomodar!

O importante é não se deixar medir pela régua dos outros. Tenha seus próprios sonhos e conquistas a serem realizadas e dê menos importância aos outros. Seja mais egoísta neste quesito… Busque o que te faz feliz!

YK.

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