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Linkedin: Você quer ser recomendado?

Mas se você for recomendado por um amigo, de preferência “sênior” que tenha uma reputação profissional elevada e uma posição de destaque numa empresa importante, as suas chances de conquistar um trabalho mais interessante ou uma promoção são melhores, certo?

De fato, se além de contar com seu próprio círculo de relacionamento, você puder tomar emprestado a credibilidade de alguém importante através da sua recomendação seria muito bom, não acha? E não tenha dúvidas de que esta influência chamaria a atenção de quem te interessa.

Mas então, o que você precisa fazer?

Pense no Linkedin. Qual é a sua impressão das recomendações “colecionadas” no Linkedin? Não há dúvidas de que é sempre uma informação adicional no processo e uma recomendação positiva nunca atrapalha.

Mas aquela recomendação faz mesmo uma diferença importante? Pensei um pouco no assunto do Linkedin e cheguei à conclusão de que não dá para sair recomendando todo mundo que pedir isso. Ou recomendo todo mundo e deixo acontecer? De minha parte, sinto-me numa posição incômoda ao pedir que me recomendem também, pois sei lá se a pessoa gostaria mesmo de fazê-lo?

Acabei por concluir que fazer uma recomendação pública pelo Linkedin não traz muito efeito.

Mas voltando ao tema, comecei a enumerar o que seriam os atributos mais importantes ou as dúvidas maiores na hora de fazer uma recomendação de um profissional.

1) Honestidade: 

Esta seria a primeira minha primeira preocupação. Se eu não estiver seguro sobre este atributo, seria muito desconfortável fazer uma recomendação. Pois se eu estiver equivocado, colocarei em risco a reputação da empresa a quem fizer a recomendação. Lembre-se do administrador de investimentos da banco UBS que causou uma perda de mais de 2 Bilhões de dólares. As empresas normalmente não verificam antecedentes, mas o seu ex-chefe ou seu ex-colega podem ter uma boa memória.

2) Postura:

Isto me preocuparia muito também. Pois mesmo sendo um profissional competente, se sua postura em relação aos demais no ambiente de trabalho não for adequada, as perdas por insatisfação dos colegas e até mesmo a eventual perda de profissionais representaria um estrago difícil de ser reparado. Diz-se por aí que, problemas de competência se resolve com treinamento, mas problemas de atitude, só com demissão. Nos dias de hoje, em que o problema do assédio moral e sexual é tratado com o devido rigor, estes aspectos também representam grandes riscos.

3) Responsabilidade: 

As falhas por falta de responsabilidade com compromissos e horários tratados é uma das falhas que corrói silenciosamente a credibilidade da empresa. As justificativas não consertam os estragos feitos, apenas evitam, quando muito, uma reação mais dura e deselegante da outra parte. Mesmo sendo tecnicamente competente, a adequação comportamental é muito importante.

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4) Competência: 

É claro que as empresas precisam de profissionais competentes. Uma pessoa boa e simpática, mas não suficientemente competente deixaria de atender as necessidades da empresa e comprometeria seus processos e resultados. Neste aspecto, muitas vezes pessoas competentes concorrem para funções e atividades para os quais não tem experiência ou competência. Por exemplo, como poderia recomendar um excelente Gerente de Contabilidade para uma função de Marketing?

5) Percepção: 

O popular “desligado”, “insensível” ou simplesmente “indiferente” às pessoas acaba por transferir informalmente parte da sua função para alguém mais voluntarioso sem que seja oficializado. Podem ocorrer falhas e disfunções perigosas na empresa quando alguém assim está no meio.

Certamente existem outros detalhes que me preocupariam na hora de fazer uma recomendação, mas estas são as coisas que definitivamente me levariam a buscar uma boa desculpa para não oferecer a minha recomendação.

Para poder contar com a recomendação que facilitaria a progressão na sua carreira, pelo menos os quesitos acima devem estar todos com boas notas de avaliação. Para tanto, existe mais um aspecto importante e essencial para criar uma rede de relacionamento de alto valor.

É necessário que a pessoa conheça-o suficientemente bem. Este é o nível de contato e troca de informação que deve existir para ser uma relação válida. Não negligencie as oportunidades de ser conhecido, sem ser invasivo e pretensioso.

Basta uma mentira, por menor que seja, ou um exagero na auto-promoção e a oportunidade pode ser perdida para sempre. Pessoas comentam mais os fatos negativos sobre os outros do que os fatos positivos. Um erro pode custar muito mais caro e a credibilidade conquistada pode ser lançada à lama em uma única falha.

Quando se tratar de pedir referência e recomendação para o seu CV ou para um novo emprego, pelo menos tenha o cuidado de solicitar à pessoa uma autorização para citá-la. Já tive experiência de lugar para uma referência citada num CV e a pessoa disse não compreender porque ele havia sido citado e deu as piores referências possíveis. Também tive que passar por constrangimentos de ter sido citado como referência e nem condições de responder.

Quando solicitado, costumo explicar à pessoa o que sei dela e o que provavelmente eu diria. Deixo à sua decisão se vale a pena ou não citar-me como referência…

 

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