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Você vai seguir seu chefe?

Pronto! O seu chefe vai embora da empresa. Você iria junto com ele para a nova empresa?

É uma situação que acontece de vez em quando nas nossas carreiras. A pessoa que nos contratou na empresa resolve mudar de emprego inesperadamente. A sensação é de orfandade profissional. O que faço agora? Quem virá no seu lugar? Como tenho que me ajustar ao novo chefe? São preocupações naturais de qualquer profissional em qualquer área.

De repente, seguir o chefe e ir junto para a nova empresa pode parecer uma boa solução. Você iria? Porque não?

Antes de tomar uma decisão precipitada, pense um pouco…

Primeiro, a mudança será um momento crítico até mesmo para o seu chefe. Não importa se ele foi muito valorizado na contratação. Será uma fase de ansiedades e de adaptações mesmo para ele, e talvez ele mesmo esteja sentindo necessidade de um companheiro conhecido e um parceiro leal. Tudo bem, mas você quer compartilhar os riscos?

Segundo, você será benvindo na nova empresa? Este é um aspecto para se levar a sério, pois você poderá não ter uma receptividade muito boa e poderá passar alguns anos sendo visto como o “amigo do novo chefe”. Nesta condição, você será visto como “protegee” do chefe e seus méritos serão pouco reconhecidos na organização. Você acha que basta o reconhecimento do seu chefe?

Terceiro, você poderá servir ou no mínimo poderá ser visto como um espião do novo chefe e poderá viver um isolamento desagradável por muito tempo na empresa até ser aceito. Isto poderá levar muito mais tempo do que você imagina. Sem dizer que de vez em quando poderá acontecer uma situação de “ficar pendurado na brocha”.

Vamos deixar estes 3 pontos para que você pense um pouco antes de “jump into the bandwagon” de maneira impensada.

Mas há um outro aspecto muito mais interessante. Você poderá beneficiar-se da saída do seu chefe, certo? Caso você seja alguém próximo e conhecedor dos processos, talvez seja um momento de crescimento, de um passo adiante na carreira, mesmo que você não seja indicado como substituto imediatamente.

Como funciona na vida real esta situação e como você pode lidar com isso? Você tanto pode ser o chefe em mudança quanto o subordinado em orfandade.

Quando mudei de empresa na última vez, há quase 12 anos, a primeira decisão que tomei foi de não levar ninguém da empresa anterior. Queria que as pessoas não se sentissem preteridas por nenhum “amigo do novo chefe” e que percebessem que as oportunidades seriam suas.

Muitos colegas se ofereceram, subordinados perguntavam por oportunidades, muitos enviaram C.V.s enquanto reorganizava a empresa. As oportunidades eram sempre consideradas para aqueles que estavam na organização e só se buscava uma contratação externa quando não houvesse uma solução interna aceitável.

Ninguém da empresa anterior ou das relações anteriores era convidado, e se quisessem participar do processo, seria em igualdade de condições. Por já conhecer a pessoa, eu não participava do processo seletivo e não dava qualquer opinião sobre os “conhecidos”. Nem todos amigos ou colegas entenderam bem esta postura.

Mas foi uma decisão fundamental para poder contar com a confiança e a dedicação do pessoal que estava na empresa. Até hoje, acho que foi uma das melhores decisões que tomei na época.

Você deve considerar os aspectos acima e contar mais com a sua capacidade do que com a amizade do chefe nestas ocasiões. Certamente há casos em que o executivo leva toda uma equipe, ou tem necessidade de formar uma equipe completamente nova por motivos muito específicos. Mas a perda de conhecimento tácito pode ser muito grande e não seria uma situação muito comum nas boas empresas.

Ainda acho que se você pretende correr o risco de uma mudança, que seja pelos seus méritos e para o seu benefício. Certamente você aprenderá mais e será valorizado mais rapidamente no mercado!

Grato,

YK.

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