Em homenagem recente ao filho que perdera, o apresentador Jô Soares comentou um episódio em que ao saírem de uma livraria o filho se encaminhou ao caixa com 12 livros. Achando a quantidade absurda ele pediu ao filho que escolhesse seis livros. O filho respondeu que se fosse para escolher não levaria nenhum. Achando tratar-se de malcriação ele perguntou o porquê de ser todos ou nenhum quando o filho criança e autista respondeu: “Ter que escolher é perder, deixar de ter algo e não quero perder nada”.
Quando na gestão de uma empresa, na gestão de pessoas e na gestão da própria carreira também teremos a questão de perder com a escolha que fizermos. O maior desafio será prever qual será a menor perda dentre as escolhas e não necessariamente o maior ganho.
Uma boa opção para ajudar na tomada de decisão é a construção de cenários de curto, médio e longo prazo onde podemos alocar as mais diversas variáveis. Claro que prever o futuro é impossível, mas certas situações do presente e seus estudos e impactos ajudam a identificar possíveis gargalos futuros.
As ferramentas de apoio à escolha, ou tomada de decisão, poderão ser as mais diversas possíveis e relacionadas diretamente ao objetivo que teremos. No caso dos gestores poderão ser relatórios financeiros, de desempenho pessoal ou outros que a organização pode dispor.
Já no caso de uma escolha pessoal a melhor ferramenta talvez seja o bom senso e o termômetro que utilizamos para definir nossa satisfação e felicidade em relação ao que temos em mãos e as opções de escolha apresentadas.
Seja qual for a escolha feita o importante será sempre ter a certeza de que a melhor decisão, sempre será uma decisão tomada, nunca buscando olhar para trás e pensar como teria sido “se”. Como ouvi um amigo dizer em nossas rodas de bar muito anos atrás: “Se minha avó tivesse rodas, ela seria um buggy”, provando que o condicional não existe na prática.