O dólar passou de R$4 nesta semana, com o dólar comercial inclusive batendo o R$4,12 e o euro se aproximando cada vez mais dos R$5, por mais que não deva chegar lá. E isso, claro, tem enormes impactos na vida dos brasileiros – não só de quem está viajando ou planeja sair do país – da indústria e o funcionamento dos mercados em geral.
A recuperação lenta da economia e o cenário pessimista no pós-eleição é o que deixou a moeda se desvalorizar e é difícil pensar em como essa virada irá acontecer. Então é interessante saber quais são os impactos dessa alta do dólar.
E você vai ver que eles realmente impactam todo mundo, desde a dona de casa, o trabalhador de baixa remuneração, o rico, a indústria e comércio em geral e até quem se deu bem no resultado da Mega e quer esbanjar.
Trigo, gás e gasolina, mas não só isso
Esses três produtos, tão vitais, são importados e comprados em dólar. Por isso não se surpreenda se o pão francês ou o macarrão estiverem mais caros, colocar gasolina no carro seja ainda mais custoso e um banho demorado renda uma conta mais gorda no fim do mês.
Esses são produtos básicos e por isso impactam a todos. E a mesma lógica se aplica a produtos importados de alta qualidade, que devem ter preços ainda mais exorbitantes nas lojas.
Outro efeito que muitas pessoas não pensam é que mesmo produtos que são feitos aqui no Brasil podem ficar mais caros, já que com o dólar alto, importar eles para o exterior acaba sendo mais vantajoso. Por isso, com uma produção menor sendo enviada para lojas brasileiras, é normal que os preços também subam.
Ou seja, o custo de vida será mais alto, não importando tanto se você fizer escolhas pelos produtos nacionais.
Compras internacionais
Para quem tem uma viagem planejada, seja para os Estados Unidos ou então aproveitar o verão europeu, essa desvalorização do real também é uma péssima notícia. A viagem inteira ficará mais cara e os custos costumam ser altos: hospedagem, comida, transporte, presentes.
E quem faz compras online em sites internacionais, mesma coisa. Aqui pode ser interessante se voltar para os métodos mais antigos de compra: bater perna em shopping e lojas na cidade, já que os estoques terão sido comprados quando o dólar não estava tão alto.
Impacto na indústria
Já citamos alguns grandes impactos que a indústria tem com o dólar mais alto. A gasolina mais cara acarreta em fretes mais custosos e um produto mais caro nas prateleiras, só para citar um exemplo.
Voltar-se para a internacionalização pode ser uma boa, já que seu produto será mais competitivo no mercado exterior.
Ou seja, caso este seja um cenário duradouro, como parece ser, os exportadores se beneficiam, enquanto importadores sofrem. Porém, toda moeda tem dois lados: a compra de insumos e maquinário se torna muito mais cara, já que a maioria desses produtos são comercializados em dólar e vem do exterior.
Empresas que também fizeram dívidas em dólar terão mais dificuldade para pagar, acarretando em inadimplência, cortes em investimentos e até em folha salarial.
Conclusão
O dólar alto, mesmo que recue um pouco e volte a ficar abaixo dos R$4, parece que veio para ficar, já que um aumento como o que está acontecendo só ocorre porque as perspectivas são ruins. A polarização e instabilidade na política não ajudam tanto e mesmo que o novo Presidente traga confiança, ele só assumirá em janeiro e só ali poderemos vera força de suas alianças e ações. Talvez seja a hora de apertar o cinto e esperar o melhor.