São Paulo – O faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos apresentou queda de 0,2% em julho na comparação com o mês anterior.
Os dados foram divulgados hoje (26), na capital paulista, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No acumulado do ano, o setor registra queda de 7% na receita líquida em relação aos sete primeiros meses de 2014.
De acordo com a entidade, o resultado ruim ocorre apesar da elevação do dólar, cujo efeito cambial aumenta o valor das exportações. No mercado interno, foi registrada retração de 9,9% no ano.
As vendas para o exterior registraram queda de 18,7% no período de janeiro a julho, na comparação com igual período do ano passado.
Para o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, a tendência de queda no mercado interno, observada dos últimos meses, somada a exportações fracas, indica que o setor terá retração em 2015.
“Estimamos uma retração maior do que no ano passado”, disse. Caso a previsão se confirme, será a terceira queda consecutiva de receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos. Em 2013, o faturamento caiu 5% e, em 2014, 12%.
Sobre as oscilações do câmbio, com a desvalorização do real, o que aumenta a atratividade do produto brasileiro no mercado mundial, Pastoriza afirmou que esse movimento não será suficiente para estimular exportações em curto prazo.
Ele destacou que o câmbio apresentou forte desvalorização somente a partir de março deste ano em relação a um conjunto de moedas relevantes internacionalmente, não só o dólar.
“A competitividade da indústria brasileira começou a ser relevante depois disso. Esse período de desvalorização relativa à cesta de moeda é de março para cá. Esse é um período curto para que a gente sinta o reflexo disso. Isso vai ter reflexo, se continuar defasagem de taxa de câmbio, só no final deste ano ou no ano que vem, que é o tempo de retomar contratos”, destacou.
Ele lembrou que, antes de março, o real tinha uma posição relevante somente em relação aos produtos americanos.
Segundo a Abimaq, nos últimos 12 meses, foram fechados 33 mil postos de trabalho no setor. Em julho, havia 334 mil pessoas empregadas. No mesmo mês de 2014, eram 367 mil.
Camila Maciel, da AGÊNCIA BRASIL