O indicador que mede o nível de atividade industrial paulista (INA) registrou queda de 0,6% em outubro contra setembro, na série com ajuste sazonal, segundo levantamento da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP e CIESP), divulgado nesta terça-feira. De janeiro a outubro, o desempenho do setor caiu 5,6% e a estimativa é recuar em 5,8% até o fim deste ano.
O resultado negativo do INA foi puxado pela retração de 2,3% no total de vendas reais na comparação de outubro contra setembro. O total de vendas nominais e as horas trabalhadas na produção também apresentaram resultados negativos de 1,4% e 0,8%, respectivamente, na série com ajuste.
Segundo o gerente do Departamento de Economia (Depecon) da Fiesp, Guilherme Moreira, o problema do resultado do INA é não ter mais surpresa quanto à variação, que vem apresentando queda desde 2014, ano em que o resultado foi negativo em 6%. “Se somada a projeção de queda deste ano com o ano passado, estamos caminhando para uma acumulação negativa de 12%.”
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o total de vendas reais e horas trabalhadas na produção recuaram, respectivamente, 13% e 15%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), na série com ajuste sazonal, apresentou pouca variação, de 75,5 pontos em setembro para 75,6 pontos em outubro. Segundo Moreira, a capacidade ainda está baixa e o ideal seria manter acima de 80 pontos.
Setores
Embora o Nuci da indústria automotiva tenha apresentado variação positiva de 0,3%, o setor continua em queda. O índice de atividade do segmento retraiu 1,2% em outubro, na série com ajuste, e diminuiu 17,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, na série sem ajuste. O resultado foi pressionado pelo recuo de 11,9% no total de vendas reais, e de 1,3% no total de horas trabalhadas na produção.
Moreira comentou que as fabricantes de bens duráveis sentiram um reflexo maior da crise, uma vez que as famílias deixam de priorizar este tipo de compra. Outro entrave do setor são as altas dos juros, que afetam as vendas.
O setor de máquinas e equipamentos também recuou 1,2%, com ajuste, em outubro contra setembro. Na comparação com o mesmo período de 2014, a variação negativa é de 16,2%, na série sem ajuste.
O aumento de 4,6% no total de vendas e de 0,6% no Nuci da indústria alimentícia justificam o resultado positivo de 2,8% em outubro contra setembro, na série com ajuste. Na comparação sem ajuste com o mesmo período do ano passado, houve alta de 8,4%.
Moreira apontou que os resultados da indústria alimentícia foram impulsionados pela exportação de açúcar, grãos e café.
Sensor
O índice Sensor apresentou queda no item emprego, de 47,3 pontos em outubro para 40,1 em novembro (-7,2%), e investimento, que encolheu 2,7%, de 45,5 pontos para 42,8. O item mercado subiu 2,4%, para 43,2 pontos, e vendas e estoques ficaram estáveis.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria