São Paulo – O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, afirmou nesta quinta-feira, 16, que, apesar de o País ainda ter muito trabalho a ser feito nos campos político e econômico, os indicadores de confiança têm melhorado, o que leva a crer que a economia brasileira está próxima de seu ponto de inflexão. Durante participação no Brazil Business Day, evento promovido pela CNI e pela International Chamber of Commerce (ICC), Andrade ponderou que o Brasil passa por um momento “complexo”, com crises de natureza ética, econômica e política. “O processo de impeachment é doloroso, mas tem demonstrado a qualidade das instituições brasileiras.”
O executivo ressaltou que o Tribunal de Contas da União (TCU) fez a recomendação de rejeição das contas do governo pelo Congresso e avaliou que a Justiça tem se mostrado “independente”, permitindo o avanço no combate à corrupção. “Esse quadro abre uma nova perspectiva. Os indicadores de confiança do consumidor e empresarial mostram saltos expressivos, em direção à restauração da confiança”, disse Andrade. “Ainda há muito trabalho a ser feito e as incertezas persistem, mas acreditamos que a inflexão da economia brasileira esteja próxima.”
Em relação à equipe ministerial do governo Temer, o presidente da CNI avaliou que a presença maciça de congressistas em cargos ministeriais dá uma base sólida para a aprovação de reformas estruturais necessárias ao País. Especificamente sobre a equipe econômica, liderada por Henrique Meirelles, Andrade ressaltou que os nomes foram muito bem recebidos pelo mercado.
Para Andrade, é esperada uma agenda que proporcione a melhoria da competitividade da economia brasileira, incluindo alterações que permitam a atração de capital privado para o setor de infraestrutura, maior ênfase nos acordos comerciais e um aumento na segurança jurídica.
“É necessário reduzir a complexidade e as distorções que prejudicam as exportações e os investimentos”, disse. “Quanto mais rápidas forem as reformas internas, mais aptos estaremos para adotar uma política ofensiva de integração ao mundo”, continuou.
Suzana Inhesta e Victor Aguiar