Apesar do fraco desempenho da indústria, os empresários estão otimistas. Em março, o índice de expectativas sobre a demanda registrou 54,7 pontos, sobre a quantidade exportada assinalou 52,5 pontos e sobre as compras de matéria-prima foi de 52,2 pontos. Os industriais se mantém pessimistas apenas em relação ao emprego, cujo indicador ficou abaixo dos 50 pontos, em 48 pontos. As informações são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (21). Os indicadores variam de zero a cem. Acima dos 50 pontos, sinalizam expectativas positivas e, abaixo, negativas.
arte-evolução-de-produção-210317.jpg De acordo com o economista da CNI Marcelo Azevedo, entre os fatores que explicam a melhora no otimismo do empresariado está a inflação sob controle e as quedas mais acentuadas na taxa básica de juros. “Além disso, há no Congresso Nacional uma agenda de reformas, como a Tributária, a Trabalhista e a Previdênciária, que também reanima os industriais, ainda que seus efeitos sejam de longo prazo”, declara Azevedo.
A queda na produção e no emprego na passagem de janeiro para fevereiro foi menos intensa do que a registrada em 2016. O índice de evolução da produção registrou 44,4 pontos em fevereiro ante 42,2 pontos no ano passado. O indicador de número de empregados ficou em 45,9 pontos no mês passado frente a 42,8 pontos em fevereiro de 2016. Indicadores abaixo de 50 pontos sinalizam queda na produção e no emprego e, quanto mais próxima da linha dos 50 pontos, menor e menos disseminada é a retração.
A indústria operou, em média, com 63% da capacidade instalada em fevereiro e está nesse patamar desde dezembro de 2016. Além disso, a utilização da capacidade instalada (UCI) está cinco pontos percentuais abaixo da média histórica para o mês, na série iniciada em 2011. O índice de UCI efetiva-usual registrou 37,7 pontos e se mantém bem abaixo da linha dos 50 pontos, sinalizando baixa atividade industrial.
Os estoques também caíram no mês passado, mas mantiveram-se praticamente dentro do planejado pelas empresas, com indicadores próximos dos 50 pontos. O índice de evolução dos estoques ficou em 49,4 pontos e o índice de estoque efetivo-planejado assinalou 50,1 pontos.
INVESTIMENTOS – Depois de 10 meses seguidos de crescimento no índice de intenção de investimentos, o indicador teve leve recuo na comparação com fevereiro e marcou 46,6 pontos em março. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador está 7,2 pontos maior. Isso mostra maior propensão dos empresários a investir.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita de 2 a 14 de março com 2.437 empresas em todo o país. Dessas, 984 são pequenas, 885 são médias e 568 são de grande porte.
Por Maria José Rodrigues
Da Agência CNI de Notícias