Por Eduardo Laguna | Valor
SÃO PAULO – Segunda marca no mercado nacional de caminhões, a Mercedes-Benz programou mais duas paradas na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, dentro das medidas adotadas pela montadora para adequar sua produção a um mercado declinante neste ano.
Assim como aconteceu nesta e na última semana – quando fez uma ponte no feriado do Dia do Trabalho – a fabricante voltará a reduzir de cinco para quatro o número de dias úteis nas próximas duas semanas. Serão suspensas as atividades de montagem de caminhões e ônibus nas segundas-feiras.
Essas paradas se somam à decisão da empresa de colocar 480 trabalhadores em licença remunerada por 30 dias. A Mercedes-Benz já havia concedido dez dias de férias coletivas, entre 2 e 11 de abril, para todos os trabalhadores das linhas de caminhões e ônibus, assim como nas operações de motores e câmbio.
A empresa trabalha com o cenário de queda entre 15% e 18% no mercado de caminhões neste ano, após o recorde de vendas em 2011, quando 172,66 mil unidades foram emplacadas no país.
Líder nesse mercado com a marca Volkswagen, a MAN informa, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter paradas programadas na fábrica de Resende (RJ), mas que estuda conceder férias coletivas de 15 dias em junho.
As vendas de caminhões caíram 9,2% nos quatro primeiros meses de 2012, refletindo a resistência à nova linha de produtos, mais cara em razão das mudanças de tecnologia de motor para atender ao programa de emissões de poluentes conhecido como Euro 5.
Na expectativa de aumento nos preços da nova linha, as transportadoras anteciparam compras no fim do ano passado e estão adiando o máximo possível a compra dos novos modelos, o que se reflete no arrefecimento do mercado em 2012.
Junto com o maior custo do produto e do combustível, incertezas sobre o abastecimento do diesel de baixo teor de enxofre usado pelos novos caminhões têm dificultado a comercialização da linha.
(Eduardo Laguna | Valor)