A chinesa Lenovo desistiu do mercado de televisores no Brasil. A companhia deixou de produzir TV da CCE em sua fábrica em Manaus desde o ano passado, apurou o blog BASTIDORES DAS EMPRESAS.
Ainda é possível encontrar alguns modelos no varejo e em alguns sites de comércio eletrônico, mas se trata de estoque que ainda não foi vendido.
Por meio de nota, a Lenovo, comandada por Silvio Stagni, ex-executivo da Samsung, confirmou a informação. “Com um intuito de garantir o crescimento sustentável e manter o equilíbrio no momento econômico vivido no Brasil, a Lenovo, maior fabricante de PCs do mundo, está balanceando seu portfólio no Brasil e decidiu não lançar novas TVs da marca CCE”, diz um trecho do texto enviado ao blog.
A decisão de não fabricar mais televisores no Brasil foi tomada no ano passado. Segundo apurou o blog BASTIDORES DAS EMPRESAS, os fornecedores chineses de partes e peças foram informados em outubro do ano passado sobre o fim da produção.
“Há uma briga bastante difícil no mercado brasileiro de tevês”, afirmou um executivo de uma grande empresa do setor, que não quis se identificar.
A Lenovo comprou a CCE em setembro de 2012 por R$ 300 milhões. Com a aquisição, ela passou a deter, na época, uma fatia de 7% do mercado de computadores.
Com a aquisição, a Lenovo herdou também a linha de televisores da marca brasileira, área na qual ela detém uma participação praticamente inexpressiva globalmente.No Brasil, a produção concentrava-se em telas hoje consideradas pequenas, de até 32 polegadas.
O mercado brasileiro e global de tevês é dominado pelas coreanas Samsung e LG. Com uma estratégia agressiva de inovação, escala e preço, as duas empresas estão vencendo essa batalha a ponto de fazer com que marcas consagradas no passado deixem de atuar nessa área.
A holandesa Philips, por exemplo, vendeu sua marca para a chinesa TPV, em 2011. A japonesa Sony disse, em fevereiro deste ano, que estuda sair desse mercado.
A Lenovo, por sua vez, indica que deverá focar sua estratégia em smartphones, sem abandonar o mercado de computadores, da qual é líder mundial.
No ano passado, ela pagou US$ 2 bilhões pela Motorola, uma das mais tradicionais marcas de celulares do mundo, consolidando-se na terceira posição, atrás de Apple e Samsung.
Com o negócio, a Lenovo, que já era forte na China em smartphones, ganhou expressão global.
Fonte: Isto É Dinheiro