São Paulo – Se perguntas difíceis na entrevista de emprego são “perda de tempo”, respostas evasivas, também. Pelo menos é o que defende Laszlo Bock, vice-presidente de operações para pessoas do Google, em entrevista ao The New York Times publicada neste final de semana.
Ano passado, na mesma publicação, ele explicou que as questões para “quebrar a cabeça” dos candidatos durante o processo de seleção não eram tão eficientes quanto se pensava.
Agora, ele vem novamente à público para elucidar como os recém-formados podem conseguir uma oportunidade profissional.
As dicas vão desde como escolher a graduação até como elaborar um currículo eficaz. Confira.
1 Diploma não é tudo
Fazer uma faculdade é importante, mas não é tudo. E, segundo Bock, muita gente entre 18 e 22 anos não se atenta para isso.
Por isso, o primeiro conselho dele é: escolha um curso que não aumente apenas o seu conhecimento sobre determinado assunto, mas que forneça “habilidades que serão valorizadas no mercado de trabalho”, afirmou ao New York Times.
Na prática, isso significa escolher caminhos acadêmicos mais tortuosos. Decidir ir para um curso porque ele é mais fácil, segundo o chefe de pessoas do Google, pode subtrair pontos do seu currículo.
2 Aprenda a ser analítico
De acordo com Bock, a habilidade mais escassa no mercado de trabalho hoje é a capacidade de ser analítico.
“Não estou dizendo que você precisa ser um programador incrível, mas para entender como essas coisas funcionam, você precisa ser capaz de pensar de uma maneira formal, lógica e estruturada”, afirmou.
Isso também vale para quem é da área de Humanas, segundo o especialista. “Você tem que entender economia e psicologia ou estatística e física e juntá-los. Você precisa de algumas pessoas que são pensadores holísticos (…) e outros que são profundos especialistas funcionais”, afirmou.
Segundo ele, a criatividade é algo natural do ser humano. O pensamento lógico e analítico, não. Mas o segredo dos profissionais mais eficientes está em conciliar os dois aspectos, ele explica.
3 Seja específico ao compor o currículo
Evite generalizações e adjetivos vazios. Quanto mais dados objetivos, melhor. “A chave é enquadrar seus pontos fortes como:’Eu conquistei X, relacionado a Y, fazendo Z”, diz.
4 Conte histórias com pé e cabeça nas entrevistas
Como em boa parte das provas na faculdade, o maior erro de um candidato (ou aluno) é não mostrar seu processo de pensamento para chegar a cada resposta.
Por isso, para eliminar discursos vazios ou confusos, Bock sugere a seguinte estrutura: “Aqui está o atributo que eu vou demonstrar; esta é a história que o demonstra e aqui, como ela faz isso”, detalha.
Talita Abrantes, de Exame