São Paulo – Para ter sucesso em uma mudança de carreira, o profissional precisa apostar na sua capacidade estratégica. Se o primeiro passo é analisar a própria trajetória e o novo cenário, o segundo é estabelecer as medidas necessárias para conciliar a situação presente com o futuro desejado.
E neste ponto, a reformulação do currículo é, sem dúvida, uma das primeiras atitudes que devem ser tomadas. Mas é aí que muita gente acabada cometendo erros que vão minar as chances da tão sonhada colocação em outro setor ou área de atuação.
Exame.com consultou dois especialistas para saber quais são tropeços mais frequentes na hora de montar o currículo para quem busca novos horizontes profissionais:
1 Mudar apenas o objetivo profissional
“Muita gente acha que um mesmo currículo serve para tudo e hoje em dia não é assim. Esse é um erro comum e de fácil correção”, diz o coach Homero Reis. Mudar apenas o campo “objetivo profissional” não é adequar o seu currículo aos seus novos anseios de carreira.
O documento deve trazer, diz Reis, um conjunto de informações relevantes para o seu objetivo profissional. Alexandre Benedetti, gerente executivo de finanças da Talenses, concorda. “Se o profissional apenas muda o objetivo profissional e não organiza as informações no restante do documento ele não atrai a atenção”, diz.
2 Apostar em muitos detalhes para deixar o currículo maior
Na falta de experiências técnicas robustas na área desejada, o risco é adicionar informações irrelevantes para a função pretendida. Perder-se em detalhes e descrições de passagens da sua trajetória profissional aumenta as chances de não agradar
“As organizações esperam objetividade no currículo de todos os profissionais”, lembra Homero Reis. Ou seja, não é porque a situação é de mudança de carreira que a regra mais importante do bom currículo deva ser esquecida. “Ninguém tem mais paciência de ficar lendo um milhão de coisas”, diz Reis.
3 Não mencionar competências e habilidades ligadas à nova função
“Muita gente se esquece de mencionar experiências que tenham ligação com a nova função”, diz Benedetti. De acordo com ele, vale colocar competências técnicas e comportamentais, experiências e cursos relacionados à nova carreira. “Claro que depende do nível de carreira em que o profissional se encontra”, ressalta. Mas, em linhas gerais, as vivências ligadas à nova carreira devem ser colocadas no currículo. “Até um summer job”, diz Benedetti.
4 Deixar de colocar a razão da mudança de carreira
Por que uma pessoa de finanças está buscando uma posição na área de recursos humanos? Esta eventual dúvida do recrutador que lê o currículo deve ser respondida logo no sumário do documento, ou seja, aquelas 5 ou 10 linhas em que resumidamente o profissional se apresenta ao mercado
“Do ponto de vista do currículo para mudança de carreira compete à pessoa colocar um histórico ou a razão pela qual ela vai mudar de carreira no sumário”, diz Homero Reis.
Do contrário, o currículo pode perder a relevância. “Pode não chamar a atenção de quem está lendo”, explica Benedetti.
Camila Pati, de Exame