O ano de 2016 foi complicado para o mercado de trabalho brasileiro com demissões e cortes de custos sendo palavras de ordem nas empresas. “A crise não só afetou drasticamente o presente, como comprometeu o futuro por meio da destruição do bônus demográfico que o Brasil tinha para aproveitar até 2030, porém, com 11 milhões de empregos extraídos do mercado, esta fase foi perdida”, diz Rubens Prata, CEO da STATO.
De acordo com ele, ano de 2017 já prenuncia uma ligeira recuperação. “Porém, mais concentrada em alguns poucos setores, como o agropecuário e farmacêutico”, diz. Nesse cenário, continuam promissoras carreiras ligadas aos departamentos financeiros, vendas e geração de novos negócios. As áreas comerciais e de inteligência de mercado também ganham mais destaque e carreiras na tecnologia seguem com boas perspectivas de emprego.
A seguir confira as carreiras e profissões que 20 consultorias de recrutamento consultadas por Exame.com apontaram como destaque no próximo ano:
1.Gestor de Governança Corporativa
O que faz: garante que a empresa esteja em dia com as melhores práticas de governança corporativa.
Perfil: formação em administração, economia, engenharia. Especialização em auditoria e controladoria é desejável.
Por que está em alta: “As empresas estão cada vez mais atentas ao seu nível de governança, dadas as atuais circunstâncias. E esse cenário tende a se consolidar em 2017, com profissionais voltados à área de governança, orientando o rumo e ritmo dos negócios”, diz Celia Spangher, da Maxim Consultores.
2. Diretor financeiro
O que faz: Responde por toda gestão financeira da empresa inclusive pelas áreas de controladoria, tesouraria, crédito, contabilidade e compras corporativas. Em alguns casos, acumula a responsabilidade sobre os departamentos de TI, auditoria interna e jurídico.
Perfil: Formação em ciências contábeis, ciências econômicas ou administração de empresas, com MBA nas áreas de mercado financeiro, controladoria e afins. Inglês fluente é um requisito
Por que está em alta: “apesar do aumento do otimismo com as ações da nova equipe econômica, o cenário ainda é desafiador e, embora algumas empresas voltem a estudar planos de investimentos, outras continuarão o processo de racionalização dos custos para ganhos de eficiência”, diz Helena Magalhães, da consultoria People Oriented para justificar o destaque das posições financeiras.
Leonardo Massuda, sócio do Fesap Group, indica que o agronegócio é um dos setores que mais vai demandar diretores financeiros. “Há um movimento de consolidação dos mercados de defensivos e fertilizantes com a entrada de multinacionais e fundos de private equity por meio de fusões e aquisições”, explica ele. Após a chegada desses grupos, normalmente surgem vagas financeiras. Ele cita também os mercados de sementes e de distribuição de produtos agrícolas como promissores para os CFOs, já que sinalizam esforço de profissionalização da gestão e participação de capital estrangeiro.
3.Profissional de controladoria /Controller
O que faz: Responde pela apuração, consolidação, análise das informações financeiras de uma empresa, bem como sua comunicação à diretoria por meio de relatórios, com a finalidade de orientar a tomada de decisão sob essa perspectiva. É o principal gestor de indicadores do negócio.
Perfil: Graduação em ciências contábeis, administração ou economia e pós-graduação em finanças, administração ou controladoria. Ter uma base sólida em assuntos ligados ao universo contábil e fiscal é essencial, além de inglês fluente.
Por que está em alta: “Este profissional é fundamental porque faz a ponte entre elementos operacionais, táticos e estratégicos, apontando possíveis dificuldades ou oportunidades que possam aparecer nessas três esferas”, diz Alexandre Kalman, sócio da consultoria Hound. “Além disso, em momentos de crise muitas empresas preferem substituir diretores financeiros por controllers de nível sênior, de olho na redução de custos”. Para Rafael Souto, CEO da Produtive, o profissional é muito requisitado porque as companhias seguem a caminhada para o controle de orçamentos – uma tônica que começou há alguns anos e deve persistir ainda em 2017. A profissão também é vista como promissora para 2017 por Felipe Brunieri, gerente da divisão de finanças e tributário da Talenses, Juliano Gonçalves, gerente da Randstad Professionals e Marcelo Braga, sócio da Reachr. Este último aponta para a necessidade profissionais de controladoria também nos níveis de analista sênior, coordenador e gerente.
4.Controller em empresa familiar
O que faz: Responde pelo planejamento financeiro de curto e longo prazo de um negócio, com foco na sua sustentabilidade. Suas tarefas incluem controle de custos, gestão orçamentária, governança corporativa, recomendação de investimentos, além da análise de dados internos e externos para a tomada de decisão.
Perfil: Além da graduação e especialização na área de negócios, além de inglês fluente. Ter formação como conselheiro é um diferencial, já que em estruturas familiares o controller precisará contribuir para planos de sucessão e estruturação de um conselho de administração. Conhecer o mercado de capitais também é fundamental, além de ter experiência com fusões e aquisições.
Por que está em alta: De acordo com Mariciane Gemin, sócia do Fesap Group, este é um nicho com escassez de talentos e grande demanda. Há cada vez mais fundos de investimentos e grupos estrangeiros comprando empresas familiares. Além disso, muitas delas já estão na 2ª geração de gestão, buscam se profissionalizar e contam com o controller como peça fundamental para a transição.
5.Head da área contábil
O que faz:Lidera tanto a rotina operacional quanto os processos gerenciais da contabilidade de uma empresa. Isso inclui fechamento contábil, demonstração de resultados, garantia de adequação às normas brasileiras, conversão de balanço em moeda estrangeira e elaboração de relatórios.
Perfil: Formação em contabilidade, com CRC ativo. É fundamental ter forte base técnica, visão sistêmica e facilidade para gerenciar prazos. Inglês fluente também é uma exigência cada vez mais comum.
Por que está em alta: A cada ano se formam menos contadores no Brasil, afirma Kalman, ao passo que a demanda por eles continua em alta. As recentes atualizações das normas contábeis nacionais e internacionais tornam esses profissionais ainda mais disputados pelas empresas.
As informações são do site Exame