Quem assistiu A Noviça Rebelde não desconfia, mas os Alpes têm mais do que palacetes e cabanas de madeira.
A cadeia de montanhas compartilhada por países como Áustria, França e Itália também ostenta edifícios de vanguarda. Arquitetos-celebridades, a exemplo de Zaha Hadid e Peter Zumthor, deixaram suas marcas nas cidades próximas.
Além disso, profissionais locais pesquisam novas técnicas de construção para lidar com os desafios como frio e ventos inclementes. Navegue na galeria e conheça nove museus, estações de esqui e hotéis onde a paisagem não é a única atração.
Messner Mountain Museum, em Corones, Itália
Messner Mountain Museum, em Corones, Itália – Cravado no pico da montanha Plan de Corones, esse edifício de concreto foi inaugurado em julho de 2015.
A anglo-iraquiana Zaha Hadid convida a um percurso: o visitante mergulha no interior da montanha, confere a exposição sobre montanhismo moderno e emerge em uma sacada 2.275 m acima do nível do mar.
De lá, há uma vista privilegiada para o pico Ortler e o Tirol italiano. Plan de Corones está no meio das cidades de Brunico-Bruneck, S. Vigilio di Marebbe-St. Vigil and Valdaora-Olang.
MuSe – Museu de Ciências, em Trento, Itália
Basta dirigir meia hora ladeira acima para esse museu encolher e parecer uma simples maquete entre as enormes Dolomitas. O arquiteto Renzo Piano precisou, portanto, caprichar na cobertura. O teto anguloso de metal e paineis de vidro imita o movimento das montanhas. O invólucro também delimita os espaços do interior, cujo pé-direito varia entre três e seis andares.
Le pas dans le vide, Charmonix, França
“Pise sobre o vazio”. Assim se traduz o nome-convite desse mirante a 1035 m do chão, instalado no Aguile du Midi, montanha no maciço do Mont Blanc, Alpes Franceses. A caixa tem estrutura de aço; piso e parede são formados por vidro com três camadas. Segundo a Compaign du Mont Blanc, que encomendou o projeto, a estrutura suporta ventos de até 200 km/h. A brincadeira saiu das pranchetas do arquiteto Pierre-Yves Chays e foi inaugurada em 2013. Chega-se lá de teleférico a partir da cidade de Chamonix.
Refouge du Gôuter, Mont Blanc, França
Essa versão ultramoderna das cabanas alpinas é o último abrigo antes de chegar ao topo do Mont Blanc a montanha mais alta dos Alpes. O escritório Groupe H assina a arquitetura do edifício de três andares, que é praticamente auto-suficiente e recebe até 120 pessoas. Construído a 3.835 m de altitude, o prédio suporta ventos de até 300 km/h.
Casa de Arte, em Bregenz, Áustria
Esse edifício de Peter Zumthor tem uma relação especial com a luz. Durante o dia, sua fachada de vidro translúcido reflete a iluminação natural, que varia ao longo do ano.
Dependendo do tempo e do ângulo em que se observa, é possível adivinhar a estrutura, construída com aço e concreto. À noite, o prédio se transforma em uma lanterna para a cidade, que está próxima aos Alpes da Suíça, Áustria e Liechtenstein. O interior sedia exposições de artistas como Damien Hirst, Roy Lichtenstein e Ai Weiwei.
Casa de Arte, em Graz, Áustria
O museu mais parece uma enorme criatura de vidro e metal pousada sobre o centro barroco de Graz, na Áustria. Projetado pelos arquitetos Peter Cook e Colin Fournier, o espaço cultural recebe exposições de obras de arte das últimas quatro décadas. Graz, capital da Estíria, está a cerca de uma hora de viagem de carro a partir dos Alpes. Mas o seu conjunto arquitetônico faz a visita valer à pena.
Diferente de muitos arquitetos, o suíço Peter Zumthor não projeta edifícios pensando em como eles vão aparecer nas câmeras de TV ou fotos de Facebook. Seus prédios apelam aos cinco sentidos dos usuários. Nesse spa, as paredes revestidas de quartzito cinza e frio contrastam com a água morna e a luz que jorra de discretas clarabóias. Cada detalhe ressalta a deliciosa experiência de tomar um banho quente enquanto a neve cai no lá fora.
Tschuggen Grand Hotel, em Arosa, Suíça
As estruturas de metal e vidro que se destacam nesse hotel parecem um meio-termo entre formas vegetais e puramente geométricas. Por isso, a construção assinada pelo arquiteto suíço Mario Botta funde-se harmoniosamente às árvores e montanhas ao redor do edifício. Nada mais adequado a uma região como os Alpes, onde a fragilidade do homem contrasta com a imponência das montanhas.
Bergisel Sky Jump, em Innsbruck, Áustria
Cercada pelos Alpes, a cidade de Innsbruck é a charmosa capital do Tirol austríaco. Em seu centro histórico, convivem edifícios renascentistas, barrocos e rococós.
A sul fica uma das obras mais interessantes da corrente de arquitetura desconstrutivista, a pista para salto de esqui Bergisel, assinada por Zaha Hadid.
O edifício mistura espaços para relaxar com a pista em si. Um bom roteiro: admire as curvas do prédio, tome um café no topo, aprecie o mirante e aproveite para assistir as impressionantes manobras dos acrobatas, nas quartas, sábados e domingos.
Nilbberth Silva, da Casa.com.br