Hoje em dia o acesso à informação está disponível para quase todo mundo através da Internet. Com isso, as conversas com as pessoas se tornaram muito interessantes, pois podemos aprender muito com qualquer jovem.
O nível de informação dos jovens nos dias de hoje é algo impressionante. Isto dá aos jovens a sensação de um desenvolvimento muito mais rápido em todos os sentidos. Muitas vezes o resultado disso é a sensação de poder e capacidade ilimitada. Mas por outro lado, observo que começa a haver uma pequena confusão sobre a informação e o conhecimento. Comento sobre o conhecimento tácito, do uso da informação para realizar as coisas.
Assim como segue sendo impossível aprender andar de bicicleta sem subir numa e experimentar alguns tombos, outras coisas na vida também só podem ser aprendidas tentando e tomando alguns tombos. Mesmo nas atividades do trabalho.
O fato de dominar o acesso às informações e ser um expert na sua busca certamente é um benefício na hora de realizar um trabalho, principalmente se houver necessidade de coletar dados e informações inéditas.
Apesar de todas discussões sobre a Geração “Y”, imagino que eles também terão que tentar a tomar tombos para aprender a andar de bicicleta. O que o mundo de hoje propicia, no entanto, é a possibilidade de se viver sem nunca aprender a andar de bicicleta. Nem todos precisarão aprender isso para viver.
Portanto, um pouco das discussões de hoje carrega a perspectiva de quem acredita que andar de bicicleta é imprescindível. Dinossauros da sociedade de hoje, talvez. Do outro lado estão as pessoas para quem a bicicleta pode não fazer qualquer falta.
Um dos fenômenos importantes é a multitude de profissões e atividades que cresce a cada dia, e por serem completamente novos, não há muitas experiências estabelecidas a ser aprendidas. É um campo fabuloso onde os jovens são imbatíveis e onde começam a criar a experiência. Talvez seja este o campo ideal para muitos dos jovens ao buscarem o seu desenvolvimento profissional com maior liberdade e criatividade.
Nas atividades já estabelecidas e profissões já consolidadas, a existência de experiência anterior estabelece expectativas, parâmetros de performance inicial e formas de se fazer as coisas que ainda necessitam ser consideradas. Com o tempo elas mudarão e serão menos indigestas para os jovens, pois as adaptações devem ocorrer, mas provavelmente nunca serão as mais interessantes.
Então existem áreas onde o valor da informação é maior e áreas onde a experiência é mais valorizada? O que você acha? Certamente quando alguém ingressa num setor consolidado, obtém em troca o benefício da estrutura estabelecida e da experiência criada. Em troca, pode ser necessário ter a paciência para adquirir um grau de consistência e competência antes de obter o seu reconhecimento e valorização.
A estabilidade, a solidez econômica, a estrutura de suporte e o conhecimento disponível para ser absorvido, fazem parte dos setores já maduros e consolidados. As mudanças podem ser mais lentas e as inovações podem já estar em curso, como um trem em movimento e o seu esforço será de embarcar no mesmo.
Em outros setores, você poderá participar da construção de um trem novo e diferente, que poderá ser rápido ou lento. Poderá sequer andar, mas por outro lado poderá ser uma nave espacial ao invés de um trem. Não seria a satisfação da co-criação a maior gratificação deste caminho profissional?
A questão entre a informação e o conhecimento não pode ser tratada de forma tão simplista como no exemplo acima, mas acredito que um dos problemas no momento está em se buscar as coisas onde elas não estão, por não serem muito claras as diferenças entre os diversos ambientes de trabalho para os jovens.
Tenho uma longa vivência em indústrias que fazem parte do segundo modelo, estabelecidas no início do século passado. De alguma forma estive sempre ligado a veículos e à indústria automotiva. Nada mais antigo?
De fato, com toda sua estrutura estabelecida e um acervo formado de conhecimento próprio, segue tendo uma grande atração para muitos jovens. Mas as áreas dentro desta indústria, que oferecem atividades profissionais que poderiam ser realmente atrativas para os típicos jovens da geração “Y” podem se limitadas, caso se busque um campo para exercitar a criação individual, independência e liberdade.
No entanto estas empresas necessitarão de jovens, talvez com um perfil não tão típico da geração “Y”, mas com interesse de desenvolver a sua profissão num ambiente que oferece muitos recursos. Estas empresas competem no mercado por talentos com os seus meios e condições, criando atrativos que para alguns podem ser superiores e interessantes.
Um boa iniciativa pode ser de buscar o seu auto-conhecimento, perceber as suas habilidades naturais, entender quais competências poderiam estar de acordo com seu perfil para serem desenvolvidas. Que tal depois disso escolher o perfil do setor onde o seu talento será melhor valorizado no longo prazo?
Grato, YK.