Depois de o setor automotivo ter ido atrás do governo para buscar apoio financeiro a um plano de renovação da frota nacional de veículos, a indústria de máquinas e equipamentos decidiu fazer algo semelhante e resgatou um projeto antigo de renovação do parque industrial.
A informação é do presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso. A decisão foi tomada na semana passada, na primeira reunião do ano da diretoria da entidade. A intenção é adaptar o projeto antigo à atual situação econômica do País e entregá-lo em fevereiro.
De acordo com Velloso, o projeto foi apresentado inicialmente no começo de 2014. O plano anterior previa que o empresário que resolvesse renovar o seu parque industrial, substituindo máquinas antigas por novas, poderia fazer a aquisição das novas por meio do Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI).
Além disso, ele contaria com um crédito presumido de impostos. “Mas nós sabemos que essas duas ideias não têm mais espaço hoje, porque o PSI não existe mais e estamos em um momento de ajuste fiscal”.
Ajuste
O ajuste fiscal tem sido a principal barreira à aprovação do plano de renovação de frota proposto por entidades do setor automotivo. Na semana passada, o Ministério da Fazenda afirmou que recebeu a proposta, mas disse que não há “espaço fiscal” para subsídios. O objetivo do plano é estimular o consumo de veículos no País, através da troca de antigos por novos. Não se sabe, por enquanto, de onde sairiam os recursos para financiar o projeto. Uma das ideias é utilizar dinheiro do DPVAT ou de um seguro criado com esse propósito.
Diante do impasse entre o setor automotivo e o governo, a Abimaq pretende apresentar um projeto que não esbarre no ajuste fiscal. “Mas ainda não há nada definido”, disse.
A renovação do parque industrial brasileiro funcionaria como um estímulo à indústria de máquinas e equipamentos, que caminha para terminar 2016 com a quarta queda seguida do faturamento. A Abimaq ainda não tem dados referentes a 2015, mas prevê uma baixa de 13% em relação ao volume de 2014. Para 2016, a projeção é de um novo tombo, este de 10%.
Apesar de a Abimaq estar trabalhando para apresentar seu projeto em fevereiro, existe a expectativa de que o governo anuncie estímulos à economia já neste mês.
Fonte: A Tribuna