Deming, estatístico por profissão, desenvolveu a nova abordagem de gestão quando ensinava as indústrias, durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa época, ele tinha como objetivo a aplicação dos métodos estatísticos para melhorar a qualidade da produção militar. Faz mais de 70 anos que a Segunda Grande Guerra acabou, mas se visitarmos algumas fábricas no Brasil e perguntarmos sobre essas técnicas, aposto que muitos não nos saberão responder.
Ao terminar a guerra, Deming foi convidado para ir ao Japão ensinar aos japoneses alguns dos seus métodos. Chegando lá, Dr. Deming recomendou aos japoneses que eles descobrissem o que seus clientes queriam, e em seguida estudassem e melhorassem os projetos de seus produtos e os processos de produção, até que a qualidade do produto atendesse o anseio dos clientes. Quantas empresas no Brasil se preocupam com os clientes realmente querem e, trabalham duro para que seus produtos e processos alcancem essa condição?
Quando questionamos essas empresas no Brasil sobre o porquê não produzem nas condições que os clientes desejam, chovem desculpas. A primeira, refere-se aos insumos de péssima qualidade. A segunda, à mão de obra malformada e mal treinada e a terceira, é claro, aos entraves criados pelo governo em todas suas esferas (municipal, estadual e federal).
Ao ouvir isso, tenho de concordar. Realmente o Brasil carece de fornecedores confiáveis, de mão de obra preparada e de condições favoráveis para o aumento da competitividade. Entretanto, diante de tal cenário temos duas possibilidades. A primeira, é dar de ombros e atribuir nossa baixa produtividade à essas condições. Essa é a saída de 80% das pessoas, que se conformam com a situação e não se sentem motivados a muda-la.
A segunda possibilidade, é agir. Sim, agir. Digo isso, porque a nova abordagem de gestão nos ensina nos ensina a trabalhar com nossos fornecedores ajudando-os a identificarem suas falhas. Além disso, nos ensinou a treinar nossas equipes no trabalho para vencer obstáculos. Por meio da visão sistêmica, do entendimento da variação, do conhecimento do método (aprender a aprender) e da psicologia, Dr. Deming nos ensinou a vencer qualquer obstáculo.
Para esses 10% de líderes com gana para criar um amanhã diferente, é que trabalhamos. Nossas certificações Green Belt e Black Belt foram pensadas para abordar mais do que apenas teoria. Foram criadas para explicar, de uma maneira fácil e didática, a nova abordagem de gestão consolidada pelo Dr. Deming. Essa abordagem que mistura as técnicas estatísticas, a filosofia Lean, o método de resolver problemas e uma nova maneira de olhar para os desafios, é o que acreditamos.
Para nós, se a carga tributária nos toma 36% de todas as riquezas que produzimos, nós precisamos ser muito mais eficientes. Como trabalhar competir com países cuja mão de obra é mais produtiva e que o governo mais enxuto? Só há uma resposta, com inteligência na gestão. Não adianta fazermos apologia à taxa de câmbio, implorando para o governo desvalorizá-la. Isso não irá garantir uma competitividade sustentável. A única forma que vemos para isso, é uma abordagem técnica na gestão.
Você já imaginou quantas pessoas competentes existem no Brasil, que se tivessem acesso a esses ensinamentos de uma maneira fácil e prática, dobrariam nossa produtividade? Uma reportagem da Você S/A de março de 2017, mostravam que a graduação aumentava em 58% o salário. Mestrado e doutorado então, dobrava o salário de um graduado. E, os cursos de aperfeiçoamento profissional como Green Belt, Black Belt, Lean entre outros, aumentavam ainda mais. Ou seja, essa análise prova o quanto o investimento em educação se paga. E, por que será? Porque um funcionário mais capacitado é muito mais produtivo.
Então, toda vez que nos depararmos com notícias negativas sobre a economia ou acerca da nossa baixa produtividade, rogo que pensem nisso. Lembrem de como podemos mudar o Brasil e transformá-lo no país que imaginamos. E, também reforço que se quiserem ganhar mais e destacarem-se no meio de todas as dificuldades e desafios que temos no país, escolham o investimento em educação.
Quando fazemos nossos encontros de ex-alunos, a satisfação que dá em vê-los promovidos e se destacando, é enorme. Por isso, concluo dizendo: quando o nosso Brasil ouvir os ensinamentos do Dr. Deming, que os japoneses ouviram na década de 50, teremos o país que sempre sonhamos. Mas, enquanto isso, basta integrarmos o time dos 10% que não se acomodam e, por estarem lendo esse artigo, tenho certeza de que vocês estão neles. Portanto, continuem estudando, isso vale a pena.
Este artigo foi originalmente escrito pela FM2S