Após um ano de operações no Brasil, o serviço de caronas pagas BlaBlaCar já tem muito a comemorar. Seus usuários percorreram um total de 85 milhões de quilômetros e 25 mil rotas (conexão entre duas cidades) diferentes foram criadas no país. A chave para que a startup continue crescendo no Brasil daqui para frente é a confiança.
“Nosso grande desafio é convencer as pessoas a compartilhar o automóvel”, falou a EXAME.com Nicolas Brusson, CEO e cofundador da BlaBlaCar. Brusson aponta a confiança como chave para qualquer serviço que se encaixe na economia compartilhada.
Hoje, a BlaBlaCar já coloca o Brasil entre seus principais mercados ao redor do mundo—a empresa opera em 22 países (o Brasil foi o 20º). A empresa atribui seu sucesso inicial a uma série de fatores.
“Ter um carro no Brasil é caro demais. Se você colocar na ponta do lápis, os custos de se manter um automóvel por aqui é um dos mais altos do mundo”, falou a EXAME.com Ricardo Leite, gerente da BlaBlaCar no Brasil.
Para Brusson, outro aspecto positivo foi a falta de competição atuando de forma parecida. Serviços à lá Uber fazem, majoritariamente, transporte dentro de uma mesma cidade. Já a BlaBlaCar, por sua vez, serve para viagens entre municípios e não é fonte de renda para o dono do carro–a ideia é dividir as despesas de uma viagem (como combustível e eventuais pedágios) e acabar com assentos vazios em carros.
A solução adotada anteriormente era mais rudimentar. “As pessoas têm interesse em dividir carros para viagens. Antes, elas usavam grupos do Facebook para isso”, diz Brusson. O cofundador afirma que o BlaBlaCar tem como competidores outras modalidades de transporte como trens e ônibus.
Ao mesmo tempo, o serviço traz uma grande vantagem: conecta cidades que antes não tinham uma solução simples de transporte entre elas.
Futuro
Somando todos os fatores, o resultado é uma expectativa alta para 2017 por parte da BlaBlaCar. A meta é quadruplicar o número de caronas nas estradas brasileiras no próximo ano. Um grande aliado para isso será o alto número de feriados com emendas, como aponta Ricardo Leite.
Outro aspecto que joga a favor da BlaBlaCar são seus próprios usuários. De acordo com números do Brasil, metade dos novos usuários do serviço chega até ele por indicação de um conhecido. Aqui, se esbarra na questão da confiança novamente.
“Tentamos construir confiança nos mercados onde atuamos. Você não entraria no carro de um desconhecido antes. Com a conexão feita com a BlaBlaCar, esse panorama muda. Quando maior a comunidade, maior a confiança que você cria”, disse Brusson.
A BlaBlaCar foi fundada na França em 2006. Em todo o mundo, a startup conta com mais de 35 milhões de membros. Os aplicativos para Android e iOS foram baixados mais de 21 milhões de vezes.
As informações são do site Exame