São Paulo – A The Economist atualizou ontem os números do Índice Big Mac, que compara os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar.
O Brasil continua na 5ª posição. De acordo com a revista britânica, o preço do produto por aqui, de R$ 13 (ou US$ 5,86), significa que a moeda brasileira está sobrevalorizada em 22%. Um Big Mac custa R$ 4,80 nos Estados Unidos.
A valorização do real só ficou atrás das moedas da Noruega (61%), Suíça (42,4%), Venezuela (42,2%) e Suécia (24%).
6 outros países (mais a zona do euro) também tem valorização, mas menor que a nossa, enquanto 31 tem a moeda subvalorizada. Nas últimas posições estão África do Sul (-51%), Índia (-63%) e Ucrânia (-66%).
Metodologia
Calculado semestralmente desde 1986, o Índice Big Mac não tem pretensão científica e é “meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável”, segundo a própria revista.
De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço – no caso, o Big Mac – fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país.
Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,71 e não R$ 2,22.
O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra – e, portanto, preços menores.
Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil é primeiro lugar absoluto, com um Big Mac 86% mais caro do que seria esperado.
João Pedro Caleiro, de Exame