A Comissão de Acompanhamento Ambiental do Centro de Produção de Alhandra da Cimpor não ficou satisfeita com as respostas dadas pela empresa cimenteira às perguntas colocadas sobre o aumento da quantidade de partículas no ar que ultrapassaram os limites legais em Novembro de 2015 e vai querer mais explicações, com recurso à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A decisão foi tomada na última reunião da comissão, em que têm assento, entre outros, a Câmara de Vila Franca de Xira e o agrupamento de centros de saúde, depois das respostas dadas pela empresa, não havendo uma causa concreta para o aumento da quantidade de partículas no ar.
“Houve uma reunião da Comissão de Acompanhamento de Ambiente em Alhandra. Questionámos a Cimpor sobre as queixas e a resposta não foi evidente, porque a resposta ao aumento dos valores registados pela rede de medição de partículas no ar não pode ser sempre atribuída a factores externos à fábrica. Claro que nem todos são da Cimpor, mas vamos apresentar uma queixa junto da APA e colocar questões mais técnicas à Cimpor sobre o que é feito em termos de manutenção regular dos sistemas de filtro de ar e partículas”, explicou Fernando Paulo Ferreira, vice-presidente da câmara.
O aumento da quantidade de partículas no ar foi abordada por Aurélio Marques, vereador da CDU, que afirmou que “Alhandra ultrapassou os limites decretados por lei em 30 de Novembro em todas as estações de medição”. Apesar de a situação já ser recorrente e de no passado ter havido medidas tomadas para a mitigar, o facto é que a comissão quer saber em concreto de onde surgem as partículas neste caso.
“As queixas do ano passado tiveram a sua causa identificada no carregamento das barcaças, que originava alguma libertação de partículas. A Cimpor atacou o problema e esbateu-o. Agora não conseguimos apurar uma causa tão evidente, por isso vamos solicitar à APA que intervenha. É inadmissível que a Cimpor esteja a causar prejuízos à população de Alhandra”, afirmou Fernando Paulo.
Contactada por O MIRANTE, a Cimpor garante que está a cumprir a lei. “A fábrica da Cimpor cumpre com todos os requisitos legais e regulamentares a que está sujeita. As emissões resultantes do processo de produção de cimento são permanentemente monitorizadas, através de equipamentos certificados por entidades externas à Cimpor e acreditadas para o efeito, e os resultados são enviados às entidades competentes. Em nenhum momento, os dados registados nas chaminés dos fornos e moinhos da fábrica de Alhandra ultrapassaram os limites legais definidos _ 20 miligramas por metro cúbico nos fornos e 30 miligramas por metro cúbico nos moinhos”, afirmou uma fonte oficial da Cimpor.
Fonte: O Mirante