Os cupons são oferecidos aos usuários pela internet por meio de códigos. Assim, para desfrutar do benefício, o comprador precisa apenas anotar o código de desconto e digitá-lo em um campo específico para isso, que costumam aparecer na página de finalização da compra.
Os códigos podem ser encontrados nas próprias lojas que oferecem os descontos, ou podem ser consultados nos sites que são especializados na oferta dos cupons. No Brasil, a prática ainda não é adotada por lojas físicas e se restringe ao e-commerce.
De acordo com o site Cupons Mágicos, que está presente no Brasil e em outros cinco países, um usuário que realiza compras em lojas online com frequência pode economizar até 4.733 reais por ano utilizando cupons de desconto.
Esse valor foi calculado a partir de uma simulação, na qual foram estimados gastos anuais para diferentes classes de produtos e a média de desconto oferecida nos cupons em cada segmento. Confira a seguir:
Categoria | Despesas por ano | Média de desconto | Economia |
---|---|---|---|
Moda | R$ 9.730 | 20% | R$ 1.946 |
Alimentação | R$ 5.060 | 15% | R$ 759 |
Eletrônicos | R$ 3.969 | 20% | R$ 793 |
Eletrodomésticos | R$ 3.480 | 20% | R$ 696 |
Produtos de Beleza | R$ 1.344 | 30% | R$ 403 |
Smartphones | R$ 900 | 15% | R$ 135 |
Total | — | — | R$ 4.733 |
Fonte: Cupons Mágicos
Desvantagens
Apesar das vantagens, existem restrições para a utilização dos cupons, e não são poucas. Alguns cupons são válidos apenas se o consumidor gastar um valor alto na compra, outros valem somente para categorias de produtos específicos (como para suplementos, em uma loja de artigos esportivos), e outros oferecem descontos bem baixos.
Para checar se o cupom realmente trará vantagens, o consultor financeiro André Massaro sugere que o consumidor compare o preço do produto, com o desconto do cupom, aos valores praticados pelo mesmo item em outras lojas.
“É importante verificar em sites comparadores de preços se o cupom é real. Algumas empresas podem se aproveitar disso apenas para ter mais visibilidade, sem oferecer descontos vantajosos”, diz o consultor
Leonardo Li Puma, gerente de afiliados do Cupons Mágicos, afirma que essa facilidade de comparação é justamente o que força as empresas a oferecerem descontos reais.
“O mercado de e-commerce é muito competitivo. Se o consumidor percebe que o cupom não oferece vantagem, buscará outra loja que oferece o mesmo item por um preço mais competitivo ou que tenha um cupom de desconto que o faça economizar de fato”, afirma Puma.
Descontos variam
Os descontos oscilam muito de acordo o tipo de produto e a empresa. Segundo Maria Fernanda Junqueira, cofundadora e CEO do site CupoNation, os cupons podem gerar descontos de 5% a 90%, mas a maioria fica na faixa de 10% a 20%.
“No setor de eletrônicos, por exemplo, como a concorrência é alta e os preços são mais tabelados, dificilmente os descontos chegam a 80%. Já no segmento de moda, as empresas têm margem mais flexíveis e os descontos podem ser mais agressivos”, diz Maria Fernanda.
Leonardo Li Puma também afirma que no Cupons Mágicos a maioria dos descontos varia entre 10% a 20% e acrescenta que algumas lojas oferecem também descontos em valores absolutos, que costumam variar entre 10 reais a 100 reais.
Ele comenta que os cupons com maior desconto geralmente são restritos a classes específicas de produtos e os cupons com menores descontos são aqueles que não possuem tantas restrições.
Para evitar que as lojas parceiras aproveitem a visibilidade dos cupons, mas sem oferecer descontos reais, os sites especializados, como o CupoNation e o Cupons Mágicos, possuem equipes que testam a validade dos cupons com frequência.
Por que a moda ainda não pegou de vez no Brasil?
Se os cupons parecem tão bons, por que muitos brasileiros ainda não usam esse recurso? Um dos motivos é a falta de conhecimento das empresas sobre como execturar da melhor forma as políticas de desconto.
Isso ficou evidente nas útimas edições da Black Friday no Brasil, evento que promove a realização de ofertas em uma sexta-feira de novembro. Algumas empresas foram acusadas de subir os preços pouco antes do evento para fingir que estavam oferecendo descontos.
Assim, consumidores apelidaram o evento de “Black Fraude” e reclamaram que as empresas estavam oferecendo produtos pela “metade do dobro do preço”.
André Massaro também diz que o perfil de consumo do brasileiro inibe uma expansão mais rápida dos cupons. “No Brasil, a moda do cupom de desconto é intermitente, ela vem e depois some porque o brasileiro não briga muito por preço, ele não tem essa cultura”.
O consultor diz que essa característica ficou bem clara em anos recentes, diante do aumento de renda da população. “Com mais dinheiro, os consumidores se preocupavam apenas em checar se conseguiam arcar com as parcelas, sem se importar com o preço que era cobrado”
Com a economia em crise, a inflação em alta e o crédito mais restrito, a moda dos cupons pode voltar, já que o foco agora é achar descontos e enxugar oorçamento.
Modelo de negócio
Para se sustentar, os sites especializados na oferta de cupons trabalham com o modelo de marketing de afiliação, no qual eles obtêm um retorno sempre que o usuário realiza uma compra nas lojas parceiras.
Já as empresas parceiras, que vendem os produtos com desconto, ganham com a maior visibilidade que o cupom traz.
Fonte: Exame