Desde um bom tempo temos assistido desde a lojinha de brinquedos até equipamentos de grande porte, uma disparidade absurda quando comparamos os preços de produtos importados com os produzidos aqui.
Contra os baixos preços foi-nos apresentada a ideia de que “se é barato não presta”, mas este argumento tem caído cada vez mais em descrença pois hoje vemos produtos baratos e de boa qualidade. É claro que existem aqueles que preferem pagar mais por uma etiqueta ou nome, mas isso é decisão íntima de como cada um satisfaz seu ego, vamos falar aqui de QUALIDADE x PREÇO.
É histórico que nossa carga tributária é uma das maiores do mundo, também não vamos falar do retorno dos impostos recolhidos para não causar inveja ou dar dicas (benchmark) ao crime organizado.
É histórico também que existe um Custo Brasil, persistentemente vivo desde o império, criando autenticações notariais para cada folha A4 impressa que precisamos apresentar a órgãos públicos, tantas que nem os próprios órgãos sabem mais o que precisa ou não ser autenticado e qual forma de autenticação, então eles estão pedindo firma reconhecida até para nós perguntarmos se existe algum débito em nosso nome (Certidão Negativa), não que seja uma inovação nos controles mas sim um re-arranjo para tapar buracos da falta de segurança de sistemas ultra-modernos implantados a custas altíssimas, mas que pagamos novamente para não sermos fraudados.
Como tudo isso torna o produto brasileiro MAIS CARO quando comparado com produtos de outros países pressionando o governo a criar barreiras, que podem ser sanitárias, alfandegárias e tributárias (as preferidas do governo), para proteger a indústria brasileira.
Ora, imagine que você paga em um bem Vinte mil Dolares e ele custa em seu país de origem o equivalente a Quinze Mil Dolares, a Receita taxa este produto em 30% fazendo-o entrar no Brasil pelo equivalente a Dezenove mil e Quinhentos Dolares. O consumidor coloca na balança, produtos parecidos, preços parecidos e a memória que o mais barato pode ser de menor qualidade, acaba comprando o produto brasileiro.
A matéria prima para produzir o produto brasileiro custa o mesmo no mundo todo, que são as commodities, mas o processo é injusto para o consumidor brasileiro, que acaba pagando o dobro por um produto, muitas vezes de menor qualidade.
Mas isto está mudando, a exagerada tributação num determinado produto importado não está mais deixando este produto com seu preço final próximo ao produzido localmente. A utilização de produtos, ditos anteriormente como de qualidade mais baixa está se comprovando o contrário, são produtos que tiveram que produzir um diferencial de qualidade para poderem competir mundialmente e concentraram sua produção em países de baixa complexidade e carga tributária.
Hoje temos uma industria que não consegue colocar produtos duráveis de alta qualidade a preço competitivo, esta é a realidade, por mais queiramos negar e eu sei que vou ouvir criticas de meus amigos que protegem a industria nacional, mas estamos sim numa encruzilhada, vamos ser um país que produz qualidade a um preço competitivo? Aí temos que desmantelar a industria abusiva da burocracia e resolver simplificar o perverso e incompreensível sistema tributário. OU teremos que partir para ser um país de serviços, onde podemos exportar tecnologia, inclusive para países “industriais” como China, neste caso teríamos que ter investido em EDUCAÇÃO nas últimas décadas; então estamos perdidos
Se agora o leitor de meus humildes artigos acha que estou exagerando relembre suas ultimas compras, verifique o país de procedência, procura por um produto fabricado no Brasil, entre no Google e pesquise pelo mesmo produto fabricado em outro país, normalmente verá que o que aqui é vendido como um caro acessório lá é o básico, compare também o preço numa loja em qualquer outro país. É insustentável o padrão que temos aqui quanto a relação preço x qualidade. Isso estamos falando de produtos manufaturados. Quanto a serviços (telefonia, TV, bancos, órgãos públicos), somos bombardeados com uma falta de preparo que eu diria que muitos que nos atendem são preparados para serem ruins, como se dissessem não volte a precisar dos meus serviços. Sem contar a formação péssima em língua portuguesa, que somos obrigados a ouvir a infinidade de gerúndios incorretos e falta de concordância verbal persistentes.
Mas voltemos a pergunta e sugiro uma reflexão, seremos um país produtor de bens manufaturados ou fornecedor de serviços? Ambos demandam redução de burocracia e carga tributaria bem como investimento em melhor educação. QUAL O FUTURO DE NOSSO PAÍS?
Abraços,