Os postos de trabalho na indústria naval continuam em queda, principalmente na região Sudeste, informa o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
Desde janeiro foram perdidos 12.810 empregos, dos quais cerca de 11 mil no Sudeste. As regiões Norte e Nordeste registram perda cerca de mil empregos. Já na região Sul, os empregos apresentam relativa estabilidade. Os dados estão contidos no documento Cenário da Construção Naval, elaborado pela entidade.
Em meio a incertezas quanto ao destino da Sete Brasil e do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, um contraponto é a expansão da navegação de cabotagem no país. Para o Sinaval, fretes competitivos e modernização portuária explicam a evolução do modal. Mas o crescimento não se traduz em novas encomendas de navios aos estaleiros nacionais.
Abaixo, o documento do Sinaval
Prioridades do FMM
O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante, em reunião realizada em 25/9/2015, com resultados publicados no Diário Oficial da União em 5/10/2015, concedeu prioridades de financiamentos e suplementações no valor de R$3,8 bilhões. Os valores apontam os segmentos em que existe demanda: construção de comboios para transporte fluvial; construção de navios de apoio marítimo; construção de rebocadores portuários; construção de dois estaleiros para reparos: no Rio de Janeiro, para reparos de navios de apoio marítimo; no Amazonas, para reparos de embarcações de transporte fluvial.
Incertezas no Promef
O dinamismo nestes segmentos contrasta com as dificuldades que ocorrem no programa de construção de navios petroleiros para a Transpetro, com a paralização de atividades no Estaleiro Eisa-PetroUm (RJ), e incertezas em relação aos contratos de construção de petroleiros no Estaleiro Atlântico Sul, onde quatro navios Suezmax estão em construção, confirmados pela Transpetro.
Plataformas de produção
No segmento de construção de plataformas de produção de petróleo existem incertezas quanto ao cumprimento dos contratos de construção cascos de FPSOs. no Estaleiro Rio Grande (ERG-RS). Dos oito cascos previstos cinco serão construídos no Brasil. O ERG entregou o casco do P-66 e o casco do P-67 (2/3 construído na China), segue viagem para integração de módulos no país asiático.
No Estaleiro Inhauma (RJ), onde o Enseada Indústria Naval realiza a conversão dois cascos de petroleiros em cascos de FPSOs. O casco do FPSO P-74, há quase um ano no dique seco, aguarda previsão de entrega. O casco para ser convertido no FPSO P-76, chegou ao estaleiro em março de 2015, aguarda sua vez. Outros dois cascos estão prevista para conversão em estaleiro da Ásia.
Demanda futura de plataformas
A Petrobras anunciou novo corte de investimentos em 15/10/2015, uma redução de US$ 11 bilhões até o ano que vem, em toda companhia. Durante a Marintech-Navhalshore, realizado no Rio de Janeiro, em agosto de 2015, o representante da Petrobras informou que novas plataformas de produção de petróleo serão afretadas em licitação internacional. A demanda é estimada em cerca de 30 novas plataformas até 2030. Número que mostra o Brasil como mercado relevante, no panorama mundial.
A Pré-Sal Petroleo S/A (PPSA) informa que o desenvolvimento do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, está dentro do cronograma. O FPSO para Libra, contrato conquistado Teekay-Odebrecht, para testes de longa duração, tem primeiro óleo previsto para 2017. Está em construção no Jurong, em Cingapura, e recebe a visita de inspeção dos representantes do consórcio que tem a Petrobras como operadora e como sócios a Shell (Reino Unido), Total (França), CNPC e CNOOC (China).
Novas plataformas para o campo de Libra e Sépia já tem licitação internacional correndo, com entregas de propostas prevista para fevereiro de 2016, adiamento solicitado pelos participantes da licitação, visando operação em 2019.
Com 10 plataformas previstas para Libra a PPSA informa planejamento de conteúdo local, com sistema de monitoramento para saber qual o índice que pode ser atingido ao final de cada etapa. A Petrobras, através da gerencia de conteúdo local do gabinete da presidência realiza mais um mapeamento da capacidade de fornecimento local para atender a demanda.
Transporte marítimo na costa brasileira
O transporte marítimo na costa brasileira prossegue em expansão, resultado da maior competitividade dos preços de fretes dos navios em relação aos caminhões, reflexo da modernização da atividade portuária. Neste segmento inexiste plano de negócios de estaleiros para construção de navios porta-contêineres. A Aliança Navegação e Logística confirma o bom momento e informa que a empresa vai operar também no segmento de apoio portuário, informa a encomenda de três rebocadores ao Estaleiro Detroit (SC). O diretor da empresa, Julian Thomas, diz que durante cinco anos tentou construir navios no Brasil e não conseguiu interessar os estaleiros, lotados com encomendas do segmento offshore. Agora, com a redução dos investimentos da Petrobras, vai retomar o projeto de construir navios porta-contêineres em estaleiros locais.
Fonte: Portos e Navios