Indústria farmacêutica prevê risco de desabastecimento em 2016 como consequência da dívida dos governos com o setor. Um levantamento indica que a União e os estados têm um débito de quase R$ 1 bilhão com apenas vinte empresas. O cenário é agravado pela crise econômica, com queda de arrecadação e a dificuldade do poder público de honrar compromissos.
O diretor-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica, Antônio Brito, explica como a falta de recursos compromete a oferta de remédios: “Começa haver desabastecimento quando um governo, por alta de dinheiro, adia ao máximo o momento de fazer a compra de um medicamento e aí não dá tempo desse medicamento chegar até que termine o estoque anterior”. Brito explica que alguns tipos de vacinas já deixaram de ser fornecidas este ano, situação que pode se repetir em 2016.
O presidente do Sindicato da Indústria Farmacêutica, Nelson Mussolini, teme um agravamento do quadro nos próximos meses: “Nós temos um problema sério porque algumas empresas que publicam seus balanços e são empresas auditadas, elas necessariamente, se não recebem o valor no prazo de 180 dias, tem que colocar o título como prejuízo. Isso é muito ruim para a saúde financeira das empresas”. Mussolini lembra que o orçamento do Ministério da Saúde terá uma queda em 2016. O texto enviado ao Congresso prevê o repasse de R$ 109 bilhões à pasta no próximo ano.
Fonte: Jovem Pam Uol