Ovos marinhos
Engenheiros alemães começaram a testar o protótipo de um novo sistema de armazenamento submarino de energia.
A ideia é que usinas verdes, formadas por geradores eólicos e painéis fotovoltaicos, possam usar o novo dispositivo como um elemento de armazenamento temporário, assimilando os picos e vales das intermitências típicas dessas fontes renováveis e liberando a eletricidade de forma contínua.
O protótipo construído pelo projeto StEnSea (Stored Energy in the Sea: Armazenamento de Energia no Mar) é conhecido como “ovo marinho”, um conceito criado pelos professores Horst Schmidt-Böcking (Universidade de Goethe) e Gerhard Luther (Universidade de Saarland).
Para armazenar a energia, a eletricidade primariamente produzida pelas fontes intermitentes é usada para bombear a água para fora das esferas ocas no fundo do mar – a centenas de metros de profundidade, onde a pressão é gigantesca.
Para gerar a eletricidade quando ela for necessária, é só deixar a água fluir através de pequenas turbinas para dentro das esferas – a pressão faz o trabalho de forma lenta e controlada. Há também a possibilidade de deixar a água fluir entre esferas, algumas delas inicialmente mantidas vazias, com o processo repetindo-se indefinidamente.
Geração contínua
As primeiras esferas de demonstração do conceito, em uma escala de 1:10, estão sendo mergulhadas no lago Constanza, aos pés dos Alpes, onde será mais fácil fazer as medições de avaliação do que no mar.
“Estamos trabalhando com esferas com diâmetro de 30 metros para o sistema em escala de demonstração,” explicou Jochen Bard, que está coordenando a avaliação da tecnologia. “No momento, este é o tamanho mais prático em termos de engenharia. O que é certo é que o sistema somente poderá ser usado economicamente no mar a profundidades de 600 a 800 metros ou mais.”
Isto porque, dado um determinado volume da esfera, a capacidade de armazenamento aumenta linearmente com a profundidade da água. Pelos cálculos da equipe, a uma profundidade de 700 metros, cada esfera de 30 metros de diâmetro poderá gerar até 20 megawatts-hora.
As informações são do site Metalica