Em expansão, a indústria da reciclagem incentiva o reaproveitamento de materiais e a novidade em Varginha (MG) é a reutilização de entulho de construção. Uma empresa de caçambas importou a ideia do interior de São Paulo e utiliza restos de construção civil para fornecer material para as construtoras.
Funcionando há quatro meses, a indústria produz cerca de 100 toneladas por dia. Mais em conta do que o material novo, a iniciativa auxilia na preservação do meio ambiente. E são feitos seis materiais diferentes: três variedades de brita, cascalho de pedra, areia grossa e areia comum.
Todos os materiais eram restos da construção e não teriam mais utilidade, por isso, a empresa resolveu aproveitar a matéria prima em excesso e que chegava de graça para ter uma oportunidade de ganhar dinheiro.
“Surgiu um pessoal interessado, querendo descobrir um material ecologicamente correto, então a procura está sendo grande”, comentou o sócio-proprietário da usina, Douglas César Reis.
Essa é a primeira usina de reciclagem do gênero em Varginha e tem capacidade para processar 20 toneladas de resíduos por hora. Para conseguir mais entulho, a usina fez parcerias com várias construtoras da cidade. Elas recolhem e separam o lixo e em troca ganham descontos nos serviços. Tudo o que chega nas caçambas é separado antes de ir para a reciclagem e nada se perde.
“As britas 0 e 1 voltam em forma de contra-piso nas construções, a areia na parte de alvenaria e assentamento, os cascalho para a estrada não tem contra-indicação nenhum”, disse.
Desta maneira, além de ajudar a natureza, quem compra o produto reciclado tem também vantagens econômicas. O material produzido é muito mais em conta do que o material comum. A expectativa de economia é de 30% em toda a obra. Por exemplo, um caminhão de areia que sai dos rios custa cerca de R$ 350, já a areia reciclada fica por R$ 200 o caminhão.
Segundo o inspetor chefe do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Leão Miranda, os materiais reciclados podem ser usados com segurança.
“Só recomendamos que não seja usado para reboco e fundação, porque são mais sensíveis. Hoje, não recomendamos, mas para outras aplicações podem ser utilizados sem problemas”, destacou.
A demanda por matéria prima no setor da construção civil é grande e reaproveitar os materiais diminui também o impacto na extração de minérios, no entanto, dar a destinação correta ao lixo ainda é um desafio, segundo o secretário de Meio Ambiente de Varginha, Joadylson Barra Ferreira.
“Nós ainda precisamos a dar a destinação certa, tanto par ao lixo orgânico como para madeiras, pedras, entre outros e a usina aqui vai ser uma grande parceira. Espero que possa nos ajudar bastante a ter um meio ambiente melhor do que o que temos”, disse.
Fonte: Globo.com