A previsão já pessimista de alguns economistas ainda no primeiro trimestre deste ano apontavam para um PIB baixo, de 1,6% a 1,9%, comparado a outras economias emergentes.
Os crescimentos anuais que tivemos nos 12 últimos anos foram baseados no consumo, amplamente combatido por qualquer economista, este crescimento sempre esbarrou na frágil logística e pobre infraestrutura, mas em 2008 tivemos de que nossa economia passaria pela crise mundial de maneira completamente ilesa devido a um forte investimento público em obras de infraestrutura teríamos assim a solução de dois problemas, escoamento da produção nacional, mobilidade, emprego e consequentemente o tão desejado consumo.
Procurando aproveitar o momento de expansão da economia várias empresas fizeram seus investimentos em ampliação ou novas plantas, aumentando a capacidade de produção para atender a possível demanda.
Historicamente anos de eleição aparecem investimentos e obras de ultima hora, mas este ano a ultima hora passou e os investimentos não vieram, principalmente os investimentos em infraestrutura. O resultado é um excesso de capacidade produtiva.
As ultimas estimativas de crescimento apontam agora para menos do que 1% neste ano, podendo ficar abaixo de países europeus que já estão saindo da crise financeira, paulatinamente mas de maneira responsável e sustentável.
A indústria cortou quase 30 mil postos de trabalho em um único mês,no trimestre esse numero chegou a 60 mil apenas no setor de transformação. Esse numero só não foi maior porque o governo federal prorrogou o IPI dos carros até o final do ano, mas a produção e venda de carros tem seu limite, quem esta com medo dos rumos da economia não irá comprar um carro agora só porque o IPI foi prorrogado. Muitas empresas colocaram funcionários em lay-off, suspendendo a necessidade de pagamento de salários integrais e do pagamento de rescisões pesadas. Outras apenas cortaram para ver o que acontece lá na frente.
Daí a preocupação de que os números foram ruins até agora mas podem piorar. Principalmente para os seguimentos da industria que dependem de investimentos. Em setores como eletro-eletrônicos, alimentação, bebidas, entretenimento, informática, etc. continuam surgindo oportunidades mas todas vão depender de uma boa infra-estrutura para crescerem de maneira sustentável.