Genebra – Os consumidores mais ricos do mundo terão em breve uma variedade de opções: os mais recentes Lamborghini, Ferrari ou talvez até mesmo uma McLaren.
Vários novos supercarros, veículos que custam mais de 100.000 euros (US$ 137.000), estão brigando nesta semana para ofuscar uns aos outros no Salão Internacional do Automóvel de Genebra. As ofertas no segmento, dominado pelas fabricantes europeias, refletem o renascimento da indústria automobilística da região após uma recessão de seis anos.
A onda de modelos dotados de muitos cavalos de potência, incluindo o Rembrandt, da Bugatti, de 2,18 milhões de euros, à mostra no Salão, ressalta o retorno dos carros de desempenho após anos em que algumas produtoras ficaram para trás. A Lamborghini encabeçou a tendência lançando o Huracán, com 610 cavalos de potência, em substituição ao Gallardo, de US$ 181.900, modelo mais vendido de todos os tempos da unidade da Volkswagen AG.
“Nós acreditamos que este é o momento certo para um novo modelo”, disse Stephan Winkelman, diretor da fabricante com sede em Santa’Agata Bolognese, Itália. “Estamos muito orgulhosos desse carro. Eu não vejo nenhum concorrente”.
A Ferrari pode discordar. A unidade da Fiat SpA revelou o modelo California T, de 560 cavalos de potência, que vai de 0 a 100 quilômetros por hora em 3,6 segundos. Como reflexo do esforço para melhorar a eficiência até mesmo para os corredores de elite, a Ferrari divulgou que reduziu em 20 por cento as emissões do modelo em relação ao seu antecessor, que custa US$ 198.190.
“Eu gosto de concorrência, particularmente quando ganhamos a concorrência”, disse o presidente da Ferrari, Luca Cordero Di Montezemolo, em entrevista. “Nos últimos três anos, nós lançamos três inovações chave: tração nas quatro rodas, o primeiro híbrido e agora um novo motor turbo” no California T.
Demanda crescente
As vendas de carros esportivos de alto padrão na Europa provavelmente subirão neste ano pela primeira vez desde 2010, estima a IHS Automotive. As vendas globais podem aumentar para 15.200 em 2018, 14 por cento acima das vendas de 2014, ajudadas pelo Huracán, pelo California T e por outros novos modelos em fase de desenvolvimento, prevê a IHS.
“As fabricantes de supercarros estão investindo pesadamente para manter o ritmo com um mercado em crescimento”, disse Gian Primo Quagliano, diretor da empresa de pesquisa automotiva CSP, em Bolonha.
A fabricante britânica de carros esportivos McLaren revelou as versões cupê e conversível do novo 650S, que é promovido como um supercarro com o conforto de direção de um sedã executivo. Os motoristas podem escolher uma configuração “normal”, “esporte” e “pista” para a suspensão do modelo de 650 cavalos de potência. A empresa com sede em Woking, Inglaterra, está vendendo a versão cupê, que tem portas asa de gaivota (ou gullwing, aquelas que abrem para cima), a partir de 195.250 libras (US$ 326.100) no Reino Unido e o modelo conversível a 215.250 libras.
A Jaguar Land Rover, que fabrica a Range Rover, com sua distância longa entre os eixos e um preço de US$ 106.195, e o Jaguar XKR-S, de US$ 132.000, lançou uma versão de 285 cavalos de potência do Evoque Dynamic em Genebra para atrair consumidores que focam no desempenho.
“Nós estamos muito otimistas em relação à Europa”, disse Andy Goss, diretor de vendas da Jaguar Land Rover, em entrevista. A demanda global por veículos de alto padrão “ainda parece ser muito forte e não há sinal de que esteja se dissipando. Temos mais oportunidades de venda que oferta”.
As perspectivas de crescimento também estão atraindo estreantes. A startup dinamarquesa Zenvo revelou seu primeiro modelo, o ST1, que tem 1.104 cavalos de potência e atinge 100 km/h em 2,6 segundos.
“O segmento de supercarros vai crescer, simplesmente porque há cada vez mais ricos no mundo”, disse Juergen Pieper, analista em Frankfurt da Bankhaus Metzler. “São pessoas que podem gastar 500.000 euros em um veículo sem piscar”.
Tommaso Ebhardt e Dorothee Tschampa, da Bloomberg