Não é fácil identificar se um produto elétrico possui ou não qualidade. Em alguns segmentos, podemos analisar pelo preço, pois existem aqueles que atendem a normas técnicas obrigatórias e os chamados similares que não atendem. Produtos que cumpram todos os requisitos – incluindo normas técnicas obrigatórias e regras de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) –, certamente terão qualidade que, via de regra, resultará no limite mínimo de preço de venda, calculado com base no custo do produto. Já os fora de norma não possuem esse preço mínimo, fazendo com que seus fabricantes reduzam, a qualquer tempo, o que for conveniente em prol de barateamento. Essa prática, em muitos casos, compromete a qualidade de matérias-primas, e suas quantidades, que não seriam aprovadas para um item dentro dos padrões.
Levando em conta essa questão, vamos avaliar neste artigo alguns dos produtos que compõem o rol dos materiais elétricos, cuja importância e qualidade fazem toda a diferença no resultado final da instalação elétrica. Assim como os condutores, os eletrodutos e os disjuntores também devem seguir normas técnicas para que ofereçam o melhor desempenho. No caso dos quadros de distribuição, além de seguir os projetos dos fabricantes, precisam estar de acordo com os requisitos da norma NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa Tensão e ter o mesmo nível de desempenho e segurança definidos na NBR IEC 60439-1 Conjunto de Manobra e Controle de Baixa Tensão – Parte 1. Vamos a eles.
Os eletrodutos utilizados nas instalações, em sua maioria, são fabricados em PVC e também devem atender à norma técnica, que define todos os requisitos para sua concepção. Como no Brasil a maior parte dos condutores de uma instalação elétrica residencial está embutida em paredes de alvenaria, cria-se uma grande dependência do eletroduto, principalmente os chamados corrugados.
Uma das orientações mais contundentes para o produto é que não deve propagar chamas em um incêndio, assim como o PVC dos condutores elétricos. Também não deve amassar nem dobrar ao fazer as curvas de modo a garantir a passagem dos condutores com facilidade. Por aqui, a norma técnica para os eletrodutos é a NBR 15465 – Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos de desempenho.
Já os quadros de distribuição, escolhidos para atender a necessidade de cada projeto, é o item da instalação que mais apresenta diferença técnica entre um modelo e outro. Primeiro é necessário saber se é de sobrepor ou de embutir e qual seu material, geralmente de composto termoplástico antichama, metal ou misto. Depois é preciso saber o que comporta: quantidade de disjuntores e outros dispositivos, como DR e DPS, e qual é o espaço reservado a ele no local onde será fixado. Essas informações devem ser expostas pelo projetista.
Quanto à qualidade dos quadros de distribuição, é necessário adquirir o produto de um fabricante conhecido. Esta orientação deve ser levada muito a sério, uma vez que para esse item não existe norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para sua fabricação, apenas as referências já citadas da NBR 5410 e NBR IEC 60439-1.
Os disjuntores, por sua vez, mais do que necessários, são fundamentais para uma instalação elétrica segura. Por isso, para tal, existe uma certificação compulsória do Inmetro. O disjuntor protege os condutores elétricos contra sobrecarga e a instalação como um todo contra curto-circuito. Sua boa qualidade resulta em operação exata e rigorosamente dentro dos tempos definidos em suas curvas de disparo. Essas curvas mostram as relações de corrente versus tempo de desarme. E, para que seja preciso, é necessário que sua fabricação contemple matérias-primas de qualidade, seu projeto seja impecável e a calibragem adequada para trabalhar corretamente no seu valor nominal.
Esses disjuntores também são chamados de mini-disjuntores e disjuntores termomagnéticos e, até o valor nominal de 63A, possuem certificação compulsória do Inmetro e devem seguir a norma NBR 60898 Disjuntores para Proteção de Sobrecorrentes para Instalações Domésticas e Similares.
As informações são do site Portal Nacional de Seguros